Google+ Capítulo 002 | A Pirâmide de Kukúlkan

O último reduto onde os Asseclas do CONCLAVE encontram-se...

Capítulo 002

—Espere aí um pouco, dissestes que eles seguiam uma outra divindade, que divindade é essa ?
O rosto do Ancião–dos–Tempos vincou-se com a nítida expressão de uma amargura sem-fim e suas palavras ecoaram pela câmara como uma sentença de morte:
— KUKÚLKAN!
O silêncio sepulcral tomou o local. Se algum dos participantes desta reunião tivesse um coração, com certeza poderia-se ouvi-lo batendo qual ritmado tambor de uma romana galera. Baalzebub engole em seco e gagueja (?!):
—Aonde quer chegar com isso, Ancião–dos–Tempos? Estais querendo dizer que desde o início foi… ele ?
—Tirem vossas próprias conclusões a partir do que ora direis. – a voz do Ancião denotava uma gravidade a muito tempo não ouvida.
Vampyr ergue-se e sua voz tonitruante rasga o ar:
— Ousas afirmar então que os atlantes que vieram para o Yúcatan e ajudaram a forjar a Civilização Maia eram do Conclave ?
– Não só afirmo, como atesto. Lembrai-vos: o próprio padre Ramón de Ordóñez (um enviado pela Inquisição e notório instrumento dos Nimbus), Cônego da catedral da Cidade Real de Chiapas – o primeiro servo da Cidade de Prata a visitar Palenque – chegou a conclusão de que “Palenque fora construída por ninguém menos que Votam e  que ele teria vindo de uma terra além  do sol nascente em missão de erguer os primórdios da Civilização Maia…”, mas como todos sabem Votam é um dos nomes de …
Nesse instante um velho alto, barbudo e musculoso ergue-se apoiando-se em sua lança e brada:
– Odin! Sim, esse era meu nome entre o vickings, todavia, como já tive oportunidade de afirmar antes: jamais estive na América e nunca envolvi-me com esses povos, trata-se pois, tão somente de uma estranha coincidência de nomes.
– Coincidência nada! Quetzatcoatl  era assim chamado pelos primevos maias!!! – contradiz-lhe o Ancião–dos–Tempos.
— Como ousais falar neste tom comigo, ò Ancião? – troveja Odin.
— Nosso tempo é curto, deus nórdico, contenha vossa ira para os que de facto a merecem.
— Não estou entendo. A onde isso leva ? – indaga Balor
— A uma farsa monumental! – o Ancião cospe as palavras com raiva.
— Uma farsa ?! Com que propósito ? – fala Ramatís arqueando o supecílio.
— Despistar Demiurge e seus Anjos.  KUKÚLKAN veio para o Yúcatan com outro nome e aqui chegando seus fiéis Asseclas, manipulando Forma-Pensamento, renomearam-no com uma alcunha meso-americana…
—Quetzatcoatl! Mas, espere aí! Essa farsa não poderia manter-se durante muito tempo, afinal, logo em seguida os Arkanitas entraram em contato com os Olmecas… – deduz Petraak.
— Sim, mas aí o estrago já estava feito, as Forma-Pensamentos já haviam moldado uma nova identidade para ele. Simplesmente passou-se por um Arkanita que chegara antes de seus pares àquela região e…
— Mas e a Magia Atlante ? Ela não era oriundi de Ark-a-nun, desenvolveu-se primariamente em Atlântida e… – objeta Osíris.
—Sim, é verdade, tanto que os arkânitas enviaram emissários com o objetivo de descobrir e averiguar a origem dela… – complementa Tsaphkiel.
— E  daí ? – Tron não contém sua sede pelo conhecimento que está por sorver.
— E daí nada! Simplesmente descobriram o que os Asseclas queriam: que vieram de Atlântida depois do Cataclisma e que foram auxiliados por uma entidade de Ark-a-nun que já habitava aquela região… – vocifera o Ancião–dos–Tempos.
— Em suma, estais querendo afirmar que Quetzatcoatl nunca foi um arkanita, mas… – murmura um Daemon de Ark-a-nun
— Precisamente.  Mas houve um Quetzatcoatl, era realmente uma entidade de Ark-a-nun, todavia nunca passou de uma audaciosa manipulação de Formas-Pensamento com o mais descarado dos objetivos: enganar a todos nós.
— Mas Demiurge não é tolo. Semelhante ardil não lograria iludi-lo por muito tempo. – indigna-se Mikael
— Exatamente. Eis o real motivo de porque os Conquistadores espanhóis virem ao Novo Mundo e  patrocinarem um verdadeiro maia-cídio: aniquilar a origem das Forma-Pensamentos que o fortaleciam. Como bônus, a expulsão dos arkanitas de volta a seu Plano original. E com eles Quetzatcoatl…
— Mas não o verdadeiro… – emenda Vampyr.
— Exato! Uma pseudo-entidade, que para todos os fins era um ser vivo e consciente.
— Um Pseudo-Demônio ?!? Como isso é possível ? De onde esse ser tirou tanto poder para isso ? Ainda mais se os seus fiéis adoradores foram todos massacrados ?! – exaspera-se Tsadkiel.
— Não o foram. – profere  de cabeça baixa o Ancião–dos–Tempos.
— Como assim ? Acabastes de dizer…
— Acabei de dizer quais os reais motivos do que fizemos. Não que atingimos plenamente nosso objetivo.
— Como assim ?
— Alguns séculos antes dos “Descobrimentos”, 3 milhões de Maias desapareceram da face da Terra sem deixar rastro nem vestígio. Cidades inteiras ficaram vazias da noite para o dia.
— A seca… – cita Luvithy.
— Uma desculpa plausível, um subterfúgio, uma cortina de fumaça. De algum modo KUÚLKAN descobriu o que Demiurge e seus Anjos pretendiam, então salvaguardou seu povo bem antes disso acontecer. Quando os espanhóis e os Captare chegaram só encontraram ruínas e uns parcos descendentes dos maias que não chegavam sequer aos pés do que foi aquela grande nação. Manipulando, induzindo e controlando levou algumas tribos nativas próximas a assumirem o manto da Civilização Maia… – relata o Ancião.
— E como habitavam a mesma região, falando praticamente a mesma língua, adorando as mesmas divindades, ninguém notou diferença. Faz sentido. — atalha Lúcifer
— Então…? — Tron não se contém…
— Os Maias não apenas continuaram vivos, como desenvolveram ainda mais sua civilização. Os que morreram nas garras européias foram só “bucha-de-canhão”.
— Mas como os Arkanitas não descobriram isso tudo ?
— Magia. E das mais poderosas. Os Maias contavam entre eles com pelo menos dois Magos da Imaginação, plenamente desenvolvidos. – a voz do mais velho dos Anjos chega tremular
— Magos da… não, você não pode estar falando sério, isso não existe. É uma lenda, um boato, um… – ergue-se Satan, revoltado ao extremo e dardejando faíscas de ódio ante algo que ele jamais admitiria como verdadeiro.
— …Segredo muito bem guardado!
— O que ainda não está muito claro é o porquê desse trabalho todo  e – principalmente – o quê raios Demiurge tem contra ele ??? – questiona Cyber.
— Esta pergunta só poderia partir de alguém que não conhece os segredos mais bem guardados de Paradísia e do Édhen.  Em verdade isso se aplica a maioria de vós… – sentencia o Ancião–dos–Tempos.

continua…

Sidinei Lander da Silva Pereira: Mestre de RPG, aprendiz de escritor, leitor voraz, quadrinista fanático, cinéfilo compulsivo, agnóstico independente, livre-pensador, fã incondicional de O Senhor dos Anéis (livro e filme), música para mim é Clássica, Jazz, Blues, Rock'n Roll e Metal! E tenho dois gatos... Quer saber mais sobre mim? Veja meu perfil no Google Plus!

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