Google+ abril 2015 | A Pirâmide de Kukúlkan

O último reduto onde os Asseclas do CONCLAVE encontram-se...

PIRATAS!!! - Cap. 319

Aislyin arregala os olhos 
e fala com ares de quem 
teve uma ideia brilhante:
― Explodiram os recifes? Onde?
― Duas ou três milhas 
a sudoeste deste ponto 
onde estamos. Por quê?
As duas belas piratas 
se entreolham e sorriem 
de modo cúmplice.
― Porque, meu belo capitão, 
nós temos um plano 
que tornará aquele 
perigoso galeão espanhol 
tão inofensivo quanto 
uma chalupa pesqueira...
Responde Aislyin acariciando 
o cavanhaque proeminente 
de Drake.
― Vamos aos mapas! 
– convida Morgan.

Pouco depois todos estão 
em volta da mesa atulhada 
em papéis, cartas náuticas, 
instrumentos de navegação 
e garrafas de vinho vazias.
Morgan desenrola 
um dos mapas em que 
a ilha aparece e descreve.
― Não é exato como 
os que deixamos em 
Porto dos Cadáveres, 
mas servirá a 
nossos propósitos. 
Estamos mais ou menos 
neste ponto, 
aqui é Baía do Sangue 
e esta é passagem 
que não sei como eles 
conseguiram atravessar.
― Nem me pergunte...
― Bom, de todo modo, 
eles não poderiam sair dali 
a não ser por aonde vieram. 
Os recifes impedem 
o acesso a mar aberto.
― Até uma hora e meia atrás, 
quando criamos a passagem.
― Onde exatamente?
Drake aponta o local exato no mapa.
― Aqui, onde há o desenho 
desta rocha.
O rosto de Aislyin se ilumina.
― Como pensei! 
– exclama e explana:
― Caro capitão, os recifes que vês 
são apenas uma parte deles, 
a maioria está sob as águas, 
apenas a maré vazante os revela. 
Tempos atrás também pensamos 
em usar a mesma tática 
para criar uma rota de fuga segura, 
porém descobrimos que os recifes 
se adensam sob as águas 
naquela região. 
Destruístes os que estão 
acima da linha d’água, 
mas abaixo...


A bordo do Golden Hind...


...na cabina do capitão...


...entre mapas...


...e cartas naúticas...








...a verdade oculta acerca dos
recifes da Ilha do Desespero vêm a tona...


...sob as violentas vagas...


...esconde-se um anél de recifes submersos!!!


PIRATAS!!! - Cap. 318

E assim dizendo tira um pedaço 
de carne seca do bolso do jaquetão 
e joga na direção da ave, 
que a abocanha com 
uma bicada certeira!
Narval murmura:
― Céus, que figura!
Drake retoma o fio da meada.
― Então nossas suspeitas 
estavam corretas: 
ele está mesmo na ilha. 
Temos que impedir 
El Bravio de resgatá-lo 
ou do contrário nos 
veremos em maus lençóis!
El Bravio? 
– indaga Aislyin curiosa.
― Aparentemente é o último 
navio da escolta de Sangre 
que restou. Escapou à tormenta 
e chegou aqui antes de nós! 
Felizmente, 
para nossa abençoada sorte, 
o Demônio Maia 
dorme com os peixes. 
Para sempre.
Morgan opina:
― Mas até onde sei o Golden Hind 
é plenamente capaz de dar cabo 
de um reles navio de escolta...
Drake baixa a cabeça, 
evidentemente constrangido 
e se vê obrigado a admitir:
― Se tal assim o fosse... 
Mas não. Temos diante de nós 
um inimigo equipado 
com canhões com quase 
o dobro do alcance dos nossos!
― O dobro? – duvida Morgan.
― No mínimo! Acreditávamos 
ainda estar muito longe 
da área de alcance dos disparos, 
quando fomos surpreendidos, 
não com um, 
mas vários disparos! 
Alguns inclusive 
tranporam o navio 
quedando a barlavento!
― Da frigideira para o fogo! 
– murmura Sarresian.
Aislyin aplica-lhe 
uma cotovelada.
Mèrton sente a costela 
quase afundar!
― Como nos livraremos dele, 
então, se nem ao menos 
podemos nos aproximar 
o suficiente para atingi-lo? 
– questiona John Crow.
― Estávamos justamente 
urdindo algo a respeito 
quando avistamos vocês. 
– explica Narval.
― Abrimos uma passagem 
explodindo os recifes, 
mas...


Enquanto o corvo de John Crow
degusta um lanchinho...


...Aislyin inquire acerca da nau inimiga...


...o qual Drake revela ter o dobro do alcance
de tiro de um galeão normal e que...


...na intenção de se aproximarem o suficiente
para causar danos, explodiram
parte da barreira de recifes.



PIRATAS!!! - Cap. 317

Com os olhos estalados 
como um par ovos fritos, 
Narval balbucia:
― Temos muito que conversar 
Morgan...
Aproximando-se dele suavemente, 
ela estende a mão delicada 
e num gesto gentil com 
o dedo indicador levanta 
o queixo de seu amado, 
cerrando-lhe os lábios. 
E com a voz gotejando 
sensualidade responde:
― Tu nem imaginas o quanto, 
querido... Mas neste momento 
temos algo, ou melhor, alguém 
a quem devemos nossa atenção.
A voz dela muda de tom, 
indo do erotismo exacerbado 
a severidade ameaçadora. 
Voltando-se ao Corsário da Rainha 
ela é incisiva em sua insinuação:
― Sabes a quem me refiro, 
não sabes, capitão Francis Drake?
Sem hesitação a resposta 
parte de seus lábios 
como uma blasfêmia:
Sangre.
― Ele mesmo. O bastardo conseguiu 
escapar de nosso ataque 
graças a seus amiguinhos 
comedores-de-gente! 
Perdi inúmeros bons marujos 
por culpa deles. 
A esta altura devem 
estar sendo cozidos em panelões 
ou assados nos espetos!
Nesse instante, John Crow 
toma a palavra:
― É vero. Estávamos quase 
dominando a aldeia quando 
alguma coisa aconteceu: 
os nativos enlouqueceram 
e partiram para cima de nós 
sem sequer importar-se 
com o chumbo que recebiam!
Sarresian ainda em choque 
não se contém e estrila:
― Isso talvez tenha 
alguma coisa haver 
com o fato de matardes 
o feiticeiro deles 
com um tiro na cabeça, 
seu pirata maníaco!
John dá de ombros. 
Nesse momento, 
surgindo como que do nada, 
o corvo dá um rasante 
sobre o convés 
assustando os marujos 
com sua silhueta sinistra, 
pousando hábil 
e suavemente no 
ombro esquerdo 
do velho pirata.
― Ora, ora, vejam só 
quem voltou...


A relação de Morgan & Aislyin
pertubou as mentes e corações
a bordo do Golden Hind...


...e Morgan surpreende...


...revelando a Drake, o paradeiro de Sangre e...


...o trágico destino de seus marujos
nas mãos dos canibais!


E como se tudo isso não bastasse,
a presença funesta do corvo de John Crow
se faz presente!



PIRATAS!!! - Cap. 316

Ao ver sua amada 
no fim das forças, 
sequer pensou duas vezes: 
atirou-se ao mar, 
nadou bravamente até ela 
e ao vê-la submergir esgotada, 
mergulhou, cingiu-a 
com o braço esquerdo 
e com o direito sobrenadou 
vigorosamente de volta à superfície. 
O escaler finalmente os alcança 
e são içados à bordo, 
assim como os demais.
Entre mortos e feridos, 
salvaram-se todos!
Um verdadeiro milagre!

De volta ao Golden Hind, a alegria 
(há tanto tempo ausente naquela nau) 
espalha-se pelo navio 
como fogo em palha seca.
― Conte-me tudo, quero saber 
exatamente o que aconteceu 
desde que vi o Tridente 
sumir nas chamas 
em meio ao furacão!
Narval a fuzilava de perguntas 
enquanto ajudava a secar-se. 
Nesse momento surge 
a bela Aislyin, 
encharcada da cabeça aos pés, 
de tal modo que suas curvas 
acentuavam-se sobremaneira. 
Ela caminha a passos rápidos 
até Morgan, encara-a nos olhos 
e vira-lhe um sonoro bofetão no rosto, 
para surpresa de todos os presentes. 
E arremata esbravejando:
― Quase matastes a todos nós, 
sua maluca!
Em seguida agarra 
a ainda aturdida pirata pelos ombros, 
puxa-a para junto de si 
com violência e beija-a longa 
e sofregamente! 
Morgan mostra-se receptiva, 
acariciando as melenas 
ainda molhadas 
e abraçando-a sensualmente. 
Narval com o queixo caído 
é sacudido por Drake:
― Não me falastes acerca 
deste lado de Lady Cathéryn, 
Narval...
Tartamudeando responde:
― Garanto-vos que tal 
é inédito a mim também, 
Francis!
Após o longo e caliente cumprimento, 
Morgan volta-se para ele 
e faz as devidas apresentações:
― Narval, Drake... Quero que conheçam 
Aislyin de Loire, 
minha Segunda-em-Comando, 
amiga e... algo mais...


O Golden Hind parte em resgate
dos últimos piratas ingleses...


...chegando bem a tempo de salvar Morgan...


...e os demais da morte certa nas águas revoltas!


Os salvamentos bem-sucedidos
alegram a tripulação,
carente de boas notícias...


...como o fato de conseguirem salvar a todos!


Enfim, Morgan pode rever seu amado, porém...


...antes deve prestar satisfações à Aislyin...


...e "satisfação" é uma palavra
que tem muitos significados...


...como pode testemunhar
o surpreso capitão Narval!

PIRATAS!!! - Cap. 315

Sorrindo de orelha a orelha, 
o corsário passa os braços 
sobre os ombros 
de Ramirez e do Aranha-do-Mar 
e enquanto os acompanha 
rumo à cozinha 
responde debochando:
― É isso aí, Onça! 
Pra você, daqui pra frente é 
“Capitão Olavídez”, capisce
E vocês, me expliquem 
como conseguiram despencar 
Lágrimas da Agonia abaixo? 
Foi alguma ideia do Estevãn, 
aposto...
MacGregor o defende 
(meio a contragosto):
― Pior que não... 
Mas a que ti referes 
com “Lágrimas”...
― “Da Agonia!” 
É o nome da cascata 
em que vocês tão 
alegremente nadavam. 
Sangre contou-me 
que tem esse nome 
porque a tribo tem 
o hábito de 
“desovar os presuntos” ali 
após os sacrifícios 
assim como aos filhos 
que nascem fracos.
― Ai, caramba! 
– exclama o Onça 
arregalando os olhos.

Enquanto os amigos 
punham as novidades 
(e desventuras) em dia, 
a algumas milhas dali, 
fora do campo de visão espanhol, 
o Golden Hind também 
tinha seu momento 
de aguardados reencontros.
Graças ao rápido 
tempo de reação de Drake, 
sua belonave alcançou 
os corsários britânicos. 
Os derradeiros 
sobreviventes ingleses 
lutavam com suas 
últimas forças contra 
o mar bravio e 
o afogamento certo, 
exaustas braçadas resistiam 
à poderosas ondas 
que insistiam 
em querer arremessá-los 
impiedosamente às pedras. 
Enquanto a artilharia mantinha 
os últimos nativos ocupados, 
dois escaleres desceram, 
um deles capitaneado 
pelo próprio Narval. 
Olhares atentos sondavam 
as águas em derredor 
ao mesmo tempo que 
braços fortes remavam 
contra vagas de 
quatro a seis jardas de altura, 
vencendo a distância 
que para Narval parecia 
infinita.


E Olavídez não perde a chance
de tirar um sarro do Onça, é claro!


A bordo, os piratas ficam sabendo...


...que a cascata em que foram encontrados
era usada como local
de desova de cadáveres pelos canibais
(fato que muito perturbou o Onça,
diga-se de passagem)!


Enquanto isso em outro local,
o Golden Hind mandava bala
nos nativos em terra...


...enquanto escaleres desciam
e enfrentavam as águas revoltas...


...próximas à Ponta da Coragem,
de onde Morgan e os demais pularam
rumo a um afogamento quase certo!


Mas por mais fortes que fossem as correntes
e violentas as ondas, nada impediria Narval
de resgatar sua amada...


...e sua bravura era compartilhada
por seus comandados que remavam vigorosamente
mesmo em meio a potiagudos recifes que
fariam os botes em tiras ao menor erro!