PIRATAS!!! - Cap. 295

― É um jogo de cartas marcadas, 

vencer dependerá mais de como 

apostarmos do que propriamente 

das cartas que temos na mão.

― Blefar? – inquire o contramestre.

― Minha especialidade.

― Mas capitão, como espera 

que avariados como estamos 

possamos entrar em outra peleja 

contra os lacaios da rainha? 

Seremos massacrados!!!

― Não se nos mantivermos 

a uma distância segura 

e que os deixe em uma posição de tiro 

desfavorável...

― E como esperar obter 

este milagre náutico?

― Tenho um ás na manga...

― Pelo visto estamos diante 

de um autêntico joueur. 

– ironiza o francês.

― O melhor que havia 

a bordo do Demônio Maia. 

Nem o próprio Sangre me superava!

― E qual será a jogada, mon 'ami?

Olavídez apanha um papel enrolado 

de sobre a escrivaninha 

e o abre na mesa. 

É um mapa.

― Encontrei isto 

naquela choupana 

que parece ser o QG 

destes cães ingleses! 

É a cartografia desta ilha. 

Vejam, aqui estamos nós, 

nesta enseada oculta. 

Quase do outro lado esta a aldeia. 

Neste ponto há recifes ocultos 

que impedem a cabotagem ou acostar. 

Todavia, a vinte jardas deste rochedo 

que aflora do mar, 

há uma estreita passagem 

que permite a navegação 

e conduz a esta pequena baía 

onde poderemos atacar incólumes 

quaisquer naus britânicas 

que ousarem se aproximar da aldeia. 

Se tentarem virar os canhões 

em nossa direção se verão obrigado 

a saírem da rota, 

pois a viração os empurrará 

diretamente aos recifes!

O contramestre olha 

para o mapa com atenção, 

ato imitado por Pierre.

E balança a cabeça em desaprovação.

Olavídez arriscaria a sorte nas cartas
contra a própria Morte se pudesse...

...e seu plano de ação não está muito longe disso!

O mapa da ilha não entrega nada de bom,
porém, mostra uma pequenina e remota chance...

...se vencerem a estreita passagem
entre os paredões rochosos da ilha...

...e os traiçoeiros recifes que a cercam!