PIRATAS!!! - Cap. 313

― Malditos britânicos! 

Se tivesse um dobrão 

por cada bala que já 

dispararam contra mim, 

compraria o trono 

da própria Elizabeth!

Bufa Ramirez furioso!

― Vejam, lá adiante, 

não é El bravio?

― O navio de Salazar? Hummm, 

não sei se não estaríamos 

em melhor situação 
na companhia dos canibais...

― Não seja louco, Ramirez! 

Não queres sair desta ilha infernal?

― Tudo bem, Cervantes. 

Mas como espera 

que nos façamos notar 

se estamos a quase 

uma milha daquele galeão?

Insiste o ex-imediato.

O que o azarado quarteto desconhecia 

é que Sangre na verdade 

já tomara ciência 

da presença deles. 

As últimas explosões 

na Montanha do Crânio 

atraíram sua atenção, 

levando-o a sondá-la 

detidamente através da luneta. 

Qual não foi a surpresa 

ao testemunhar 

seus bravos marujos 

tentando desesperadamente 

manterem-se agarrados a elevação 

como cracas a um recife 

até serem arrastados 

pela avalanche. 

Sangre já os considerava mortos, 

porém a curiosidade 

o fez acompanhar 

o que seriam os minutos finais de vida 

daqueles infelizes, 

debatendo-se no rio 

até serem lançados 

na queda-d’água. 

Quando viu que haviam 

sobrevivido, 

imediatamente ordenou:

― Olavídez, baixe um escaler 

e pesque aqueles quatro arenques 

antes que os tubarões os comam!

Sem entender nada, 

Olavídez indaga:

― Que arenques?

Sangre entrega-lhe a luneta 

e aponta com o beiço. 

Olavídez ajusta o foco e 

alegra-se ao ver seus companheiros 

ainda vivos.

― Imediatamente, senhor!

E sem perda de tempo 

desce um escaler 

e acompanhado 

de mais dois marujos 

remam até eles.

Ao notar o bote 

que se aproximava 

o Aranha-do-Mar exclama:

― Estamos salvos!

A cascata Lágrimas da Agonia...

...ao sopé da Montanha do Crânio...

...é avistada de longe, a bordo
d'El Bravio de Los Mares...

...por Sangre, que testemunha por sua luneta
o destino dos quatro piratas espanhóis 
mais azarados que a História tem registro 
(ou não)!

Todavia, a sorte enfim lhes sorri pois
são resgatados pelo velho amigo Olavídez!