Google+ novembro 2009 | A Pirâmide de Kukúlkan

O último reduto onde os Asseclas do CONCLAVE encontram-se...

Imagens piratas... - 177






Morgan faz da chamuscada Jolly Roger
o véu de sua identidade.




O apavorado e obediente timoneiro Craca.














Morgan quer o sangue de Sangre!!! 







PIRATAS!!! - Cap. 177

Morgan sentia o coração apertar
ao contemplar seu amado navio
ferido como uma baleia arpoada.
Ela vê sua Jolly Roger
em chamas no convés,
apaga com o fogo com os pés,
ergue o pano entre os dedos
e murmura com raiva:
― Malditos espanhóis, pagarão
com a vida esta afronta!
Com um movimento célere
remove sua adaga do mastro
e com ela abre dois buracos
na bandeira negra.
Veste o tecido como uma máscara,
cobrindo-lhe totalmente a face
e os longos cabelos,
amarra as pontas atrás
 e acerta os vãos dos olhos.
Ao vê-la trajando aquela
máscara sinistra Craca
sabe que coisa boa não vem por aí.
― Quais são as ordens, Capitã Morgan?
― Deixe esse cão espanhol para Narval.
Eu quero Sangre! Entendeu? Sangre!!!
A toda velocidade, timoneiro!
Vamos abalroar a popa desse bastardo!!!
― Agora mesmo, capitã!
E guinando a barlavento a nau,
ganha distância d’El Bravio de Los Mares
aproximando-se da ré do Demônio Maia.
Craca tem grande dificuldade
em manter a rota:
a tormenta torna a navegação
cada vez mais impossível,
mas ele não pode decepcionar
sua capitã!
Raios atingem o convés,
fulminando azarados marujos
que partem dessa pra uma melhor
sem sequer saber como morreram!
― Preparem os canhões,
quando aquele cão do mar
estiver ao nosso alcance,
não sejam avaros na munição!!!
Oscilante mas decidido
o Tridente de Poseidon
aproxima-se minaz do Demônio Maia.
Capitaneado por um coração
pleno de ódio e ansioso por vingança!
Nesse meio tempo,
a bordo do Lei de Elisabeth,
Narval, que já percebera 
o Golden Hinddeve decidir:
continuar a perseguição ao El Bravio
ou tentar contornar o Demônio Maia,
partindo em socorro de Drake?
Qualquer opção o exporia ao fogo inimigo.

Imagens piratas... - 176















PIRATAS!!! - Cap. 176

Virando-se com os olhos
vermelhos de ódio
e a espada sequiosa de sangue, brame:
― Drake. Não. Seu sangue é MEU!!!!
― Então venha tomá-lo, bastardo!
O mundo inteiro parece
entrar em slow motion
quando os dois
maiores combatentes dos oceanos
enfrentam-se em uma luta renhida
de vida e morte. 
A tormenta trata os navios
como pétalas de uma rosa esfacelada
ao sabor dos ventos primaveris,
porém nada disso parece afetá-los,
centelhas iluminam o convés
quando o aço das lâminas colide
como estrelas nos espaço.
A astúcia de Sangre
(que desconhece o conceito
de “lutar limpo”) o deixaria
em vantagem não fosse
a longa experiência de combate
do corsário inglês.
Arremetendo contra Drake
ele o prensa de contra o mastro,
vociferando:
― É isso? Somente o que tens a me oferecer?
É muito pouco para quem fez
tanto para obter minha atenção, inglês!
Com a mão esquerda
traiçoeiramente saca da cintura
um punhal negro,
ato que não passa
despercebido por Drake.
Reflexo rápido ergue
com força o joelho direito
e derruba a pequena lâmina
da mão de seu oponente.
Aproveitando a surpresa,
aplica-lhe um cruzado de esquerda,
afastando Sangre de si.
O espanhol ajeita a mandíbula
com a mão sinistra
e cuspindo sangue rosna:
― Ora vejam só, o cão inglês sabe morder.
No que mais a vaca real o adestrou, Drake?
Como em resposta,
Drake arranca um sabre encalacrado
em um barril a sua esquerda
e empunha-o com a canhota.
Fazendo ambas as espadas
girarem perpendiculares
a seu corpo,
responde-lhe com empáfia:
― Por que não vem descobrir, cão?
Sangre sorri de soslaio
e limpando o sangue da boca com o punho,
sequer responde:
saca sua pistola e
mira o coração de Drake!

Imagens piratas... - 175

























PIRATAS!!! - Cap. 175

John Crow observa a ave
com curiosidade
e indaga a mesma:
― Achastes a vadia de Narval?
A resposta é o característico
grasnido agudo acompanhado
de um movimento perpendicular
da cabeça do animal.
Entrementes, Salazar
não perdia tempo.
Posicionando seu navio
a estibordo de Demônio Maia,
astuciosamente guarneceriam a popa
de Sangre ao mesmo tempo
em que os canhões de ré
do velho corsário manteriam
Narval e Morgan afastados.
Seu sagaz estratagema
granjeou-lhe o tempo necessário
para tomar fôlego e
idear uma saída àquela
situação desesperadora.
O monstruoso temporal
enfim abate-se em sua plenitude
sobre os combatentes:
chuvas torrenciais, 
ventos ferozes
e o mar enfurecido
pareciam dispostos
a engolir a todos!!!
Todavia,  nada disso poderia
conter a ira de Drake!
Emparelhando sua nau
a bombordo do galeão de Sangre,
tem início a abordagem.
Os piratas ingleses
tomam à dianteira e,
surpreendendo o
velho corsário de Satanás,
abordam o Demônio Maia,
mas os espanhóis se recuperam
e avançam como um
enxame de vespas
sobre o navio inglês.
Indo de uma nau a outra
encarapitados em cordas,
brandindo sabres,
cortando a carne
e urrando como
animais enlouquecidos
a carnificina teve início!
Sem piedade, remorsos ou reféns!
Sangre era extremamente
motivador em seus arroubos:
Sumam com eles dos mares!
Querem nosso tesouro!
Matem todos!
Cada um desses miseráveis cães ingleses!!!
― Isso vale para mim, Sangre?
A frase, irônica como só um inglês
conseguiria urdir,
interroga-o às suas costas.
Os pelos da nuca de Sangre
se ouriçam. Ele reconheceria
aquela voz até mesmo
no Último Círculo do Inferno.

Imagens piratas... - 174


O velho pirata maldito John Crow...


E seu sinistro corvo!!! 









PIRATAS!!! - Cap. 174

O urro do pirata era
como o estertor de um condenado.
O próprio John Crow não acreditava
no que seu único olho estava vendo.
Apenas praguejava.
― Malditos ratos espanhóis,
não poupam nem sua própria laia!
Vendo o desalento exacerbado
de seu irmão-de-armas,
murmura ao pássaro
empoleirado em seu ombro.
― Encontre-a.
A ave salta e alça voo,
desajeitadamente a princípio
(nenhuma criatura alada
aprecia voar em tempestades...),
mas em seguida apruma-se
e navega as correntes de conflituosas
como se houvesse feito
aquilo à vida toda,
seus olhos negros perscrutam o navio
que naufragava ardendo
como uma fornalha dos infernos!
Pobres almas desamparadas,
para eles não haveria
qualquer tipo de salvação!
Os que escapassem das flamas,
do afogamento
e dos tiburones;
ainda teriam de encarar o furacão!
E os que sobrevivessem
a tudo isso talvez
(apenas TALVEZ)
conseguissem chegar
às praias da ilha,
onde um destino muito pior
os aguardava...
O corvo vê de relance
um corpo feminino.
Desce para melhor observar
e já esvoaçava entre os
últimos mastros que restaram
quando por muito pouco
não é atropelado em pleno ar!
― Saia do caminho, ave estúpida!!!
Era Morgan!
Sutil como sempre,
balançando ao vento
em um cabo do Dominacion!
Ao ver tudo ir pelos ares
a endiabrada capitã
decepou o cabo que sustentava
a vela maior do navio
e tomando impulso
suspendeu-se às alturas
e pouco antes do galeão espanhol
soçobrar ela agarrou-se às
escadas de Jacob de sua nau.
O corvo retorna a seu dono (?!)
e pousa suavemente
em seu ombro esquerdo.

Imagens piratas... - 173















PIRATAS!!! - Cap. 173

― Marujos, mirem o paiol do Dominacion!
Toda a carga, fogo!!!!
Os marinheiros ficaram estupefatos
com aquela ordem,
muitos conheciam
os marujos da nau aliada,
dividiram o rum
e as putas nas tabernas com eles!
Isso era uma aleivosia inaceitável!
Tanto que um
dos artilheiros rebelou-se:
― Não! Não faremos isso, senhor.
São nossos companheiros de farda,
lutamos ao lado deles,
não pode nos pedir que os...
O marujo não completa a frase.
Do alto do castillo, Salazar
saca sua pistola e dispara um tiro
certeiro na boca do insurgente,
que cai fulminado.
Com a mão direita,
suavemente depõe a pistola
ainda fumegante sobre um barril,
enquanto a esquerda
saca outra pistola carregada.
― Eu não peço. Mando. Mais alguém
aqui vai questionar minhas ordens?
Segundos depois uma saraivada
de canhonaços atinge o atraiçoado
Dominacion que sem tempo de reação,
preso entre três fogos,
explode em chamas,
mal dando tempo a seus tripulantes
de procurarem os escaleres
ou sequer jogarem-se ao mar!
A explosão é violenta a ponto
de atingir o Tridente de Poseidon
(por estar mais perto)
e o Lei de Elizabeth que
se aproximava velozmente
naquele preciso instante!
Não tendo como desviarem-se
tomam o dano por proximidade,
aumentando ainda mais as chamas
a bordo da embarcação de Narval.
Ao navio de Morgan são
afligidos graves danos ao casco
e muitas mortes.
Surpreendido e abismado
com a atitude do adversário,
Narval emudece de espanto.
Já Sarresian corre até a amurada
e no fogo refletido
em sua íris ardia um desespero
ainda maior:
― MORGAAAANNNN!!!!!!!!!!!!!!!!!!