O urro do pirata era
como o estertor de um condenado.
O próprio John Crow não acreditava
no que seu único olho estava vendo.
Apenas praguejava.
― Malditos ratos
espanhóis,
não poupam nem sua
própria laia!
Vendo o desalento exacerbado
de seu irmão-de-armas,
murmura ao pássaro
empoleirado em seu ombro.
― Encontre-a.
A ave salta e alça voo,
desajeitadamente a princípio
(nenhuma criatura alada
aprecia voar em tempestades...),
mas em seguida apruma-se
e navega as correntes de conflituosas
como se houvesse feito
aquilo à vida toda,
seus olhos negros perscrutam o navio
que naufragava ardendo
como uma fornalha dos infernos!
Pobres almas desamparadas,
para eles não haveria
qualquer tipo de salvação!
Os que escapassem das flamas,
do afogamento
e dos tiburones;
ainda teriam de encarar o furacão!
E os que sobrevivessem
a tudo isso talvez
(apenas TALVEZ)
conseguissem chegar
às praias da ilha,
onde um destino muito pior
os aguardava...
O corvo vê de relance
um corpo feminino.
Desce para melhor observar
e já esvoaçava entre os
últimos mastros que restaram
quando por muito pouco
não é atropelado em pleno ar!
― Saia do caminho, ave
estúpida!!!
Era Morgan!
Sutil como sempre,
balançando ao vento
em um cabo do Dominacion!
Ao ver tudo ir pelos ares
a endiabrada capitã
decepou o cabo que sustentava
a vela maior do navio
e tomando impulso
suspendeu-se às alturas
e pouco antes do galeão espanhol
soçobrar ela agarrou-se às
escadas
de Jacob de sua nau.
O corvo retorna a seu dono (?!)
e pousa suavemente
em seu ombro esquerdo.
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E uma certeza podes ter como absoluta:
RESPOSTA TU TERÁS!!!!!!