Demonstrando um pouco
mais de paciência com
seu subordinado,
Narval o esclarece:
―
Dizemos “arpão” porque
o
inimigo fica na mesma situação
que
uma morsa: entre pedras e o arpão,
não
tem para onde fugir.
Nós
somos o arpão,
Morgan
é o rochedo...
―
Espere aí, capitão, está me dizendo
que
vamos abalroar aquele galeão?
Mas
nossa proa ainda está em chamas,
se
atingirmos o paiol deles;
tudo
irá pelos ares!
― O
rapaz não é tão burro quanto parece.
Debocha John Crow enquanto
acende seu cachimbo.
― Entende
agora porque a
presença
dela naquele lugar
é
um absurdo?
O
que essa louca pretende?
Se
matar? Eu mato ela antes!
Revolta-se Narval empurrando
a luneta para o Mèrton,
que enquanto o capitão afasta-se
faz uso do óculo de visão
para vislumbrar sua amada,
que naquele momento
combatia do alto de
uma pilha de corpos,
cercada de sanguinários
piratas espanhóis
por todos os lados.
―
Tenho que fazer alguma coisa
ou
ela morrerá!
―
Provavelmente.
Concorda cinicamente John Crow,
enquanto pitava.
― E
fala isso com tamanha calma?
Não
podemos deixar isso acontecer!
― É
mesmo? E o que pretende
fazer
a respeito?
Nesse momento Sarresian cai em si.
Mas um homem de ação como ele
não se entrega fácil e
sua mente ardilosa
rapidamente
engendra uma solução
tão louca quanto eficaz.
Ele corre até o capitão
e arfando indaga e ele:
―
Senhor, se tivesse que escolher
entre
um mastro e o navio inteiro,
qual
sacrificaria?
―
Isso é pergunta que se faça marujo?
Claro
que sacrificaria o mastro!
Derrubá-lo-ia
com minhas
próprias
mãos se preciso fosse
para
nos livrar de um naufrágio!
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Se és contra, a favor ou muito pelo contrário(?!),
tanto faz...
Afinal, esta é uma tribuna livre.
E uma certeza podes ter como absoluta:
RESPOSTA TU TERÁS!!!!!!