Google+ março 2009 | A Pirâmide de Kukúlkan

O último reduto onde os Asseclas do CONCLAVE encontram-se...

PIRATAS!!! - Cap. 78


— Catorze anos...
—  Sim, isso mesmo, a idade da pré-iniciação, 
ainda lembro, você estava apavorado, 
morria de medo de ser sacrificado! 
HÁ, HÁ, HÁ, HUÁ, HUÁ!!!
O jovem oficial fica evidentemente encabulado 
e um rubor indisfarçável toma seu rosto. 
Ele desconversa:
— Nunca soube que era o mestre 
de minha pré-iniciação...
— Nem poderia, o segredo é parte 
do ritual, garoto. Mas, admito, você me deixou 
orgulhoso, encarou as provas com destemor, 
demonstrou concentração e sagacidade. 
A maioria se borra todo!!! HÁ, HÁ, HÁ, HÁ, HÁ!!!!! 
Mas, agora, falando sério, 
Jack incumbiu-me de uma nova missão...
— O tesouro da escolta...
— Precisamente. Jack “plantou” uma das 
nossas Esmeraldas Sagradas nesse tesouro. 
Alguns dos nossos se encarregaram de despertar 
a cobiça de Filipe II e agora cabe a mim 
fazê-la chegar as sequiosas mãos de nosso 
soberano...
Há um evidente desprezo pelo rei 
na voz do flibusteiro.
— E o destino do cristal em questão é... 
Indaga o oficial.
— Ser incrustada na coroa espanhola, é claro. 
Após Pizarro, Cortéz, Orellana, Grijalva 
e outros como eles; Jack decidiu que 
a Espanha deve servir ao Conclave 
ou ser destruída. Não sou o mais patriota 
dos espanhóis mas sinceramente; 
a imagem de minha terra natal 
destroçada até as raízes não me agrada. 
Tanto que a ideia de dominarmos 
os ímpetos daquele arrogante 
metido a reizinho partiu de mim. 
Todavia, Jack foi categórico: 
se falhar em minha missão, 
ele fará uso de outras opções...


Imagens piratas... - 077






Reprodução aproximada do símbolo do CONCLAVE
tatuado sob o punho esquerdo do Capitão Sangre.

PIRATAS!!! - Cap. 77

Sangre finaliza sua bebida, põe o cálice 
a mesa, apóia o cotovelo esquerdo sobre 
a mesma e voltando a palma da mão 
ao jovem capitão do porto, descerra 
a manga até descobrir uma 
tatuagem logo abaixo do punho.
Pinzón, arregala os olhos, ele sabe 
muito bem que símbolo é aquele, 
muito familiarizado está com ele 
pois tem um idêntico igualmente 
tatuado na mesma posição 
em seu próprio corpo!
Sangre estende a mão esquerda para a 
saudação secreta do Conclave, 
no que é correspondido por Pinzón. 
Após a rápida troca de cumprimentos 
Sangre serve-se novamente do Porto e diz:
— Nem tudo neste mundo obedece cegamente 
as Leis da Natureza, sabeis bem disso. 
Conheci vosso avô em um tempo anterior 
a meu próprio nascimento, 
era um homem audaz, que sabia o que queria 
e perseguia seus desejos como 
um Falcão caça um Pombo-da-Rocha! 
Assim como nós, também seguia o 
Semi-Deus do Demi-Plano Extinto
Da última vez que estive com ele, 
meses antes de sua morte, 
em uma missão para nosso Mestre, 
disse-me:
“— Cuide para que minha descendência 
medre a sombra da Pirâmide.”
Desde então assumi o compromisso de 
iniciar os membros mais qualificados 
de vossa família nos mistérios da 
Pirâmide Sagrada.
Pinzón, escuta com atenção e suas feições 
adquirem um tom de incredulidade. 
Quase gaguejando balbucia:
— O Mestre Secreto do Primeiro Triângulo...
—  Sim, era eu mesmo. Você teria por volta de uns...


Imagens piratas... - 076







PIRATAS!!! - Cap. 76

Contudo, Cervantes sempre teve mais sorte 
que juízo e em meio a um dos movimentos 
bruscos eles rolam pelo feno desabando 
por um alçapão! O Aranha-do-Mar 
por pouco não parte o p..., 
porém pior sorte teve a escrava: 
empalada por um forcado, 
ficou com um dos olhos pendurados 
em um dos dentes da ferramenta! 
Cervantes ergue-se meio tonto, 
procura a parceira e toma um susto 
ao presenciar a cena 
que o faz cair sentado! Pensa logo:
Vou me mandar! Depois daquela arruaça 
toda na taverna o que menos preciso agora 
é de um feitor querendo compensação 
por uma escrava morta! 
Sangre seria capaz de me fazer 
de “escravinha” da tripulação inteira 
até voltarmos à Espanha...
E assim pensando, assim o fez.

Enquanto isso Sangre estava 
no gabinete do Capitão de Porto, 
Ruan Montego Del Yáñez Pinzón.
Cálices de vinho do Porto (uma iguaria 
portuguesa mui apreciada por Sangre) 
são degustados e uma rara conversa 
amistosa desenvolve-se:
— Conheci seu avô, o explorador 
Vicente que navegou com Colombo.
Pinzón franze o cenho, observa atentamente 
o rosto marcado e envelhecido do veterano 
pirata. Assenta o cálice sobre a toalha 
ricamente adornada de rendas e sorrindo 
com ceticismo fala pausadamente:
— Caríssimo Capitão Sangre, não ouso 
duvidar de vossa palavra, todavia, 
hás de concordar comigo que vossa 
pessoa não demonstra a idade 
necessária a corroborar 
vossa afirmação.


Imagens piratas... - 075
















PIRATAS!!! - Cap. 75

Mais adiante o Imediato comenta:
— Sabem que nosso mui amado capitão 
provavelmente irá nos colocar a ferros por esse...
— Desperdício de vinho? – inquire Estevãn.
— É, pelo vinho, com certeza! 
Ironiza Ramirez sorrindo.
Enquanto caminham alegremente 
o Aranha vê algo assaz interessante: 
uma bela e bem fornida negra, com 
seus fartos seios nus recostada próxima 
a uma estrebaria. O Aranha-do-Mar não é 
de deixar passar oportunidades desse tipo... 
E como as meninas da Taberna haviam 
sido levadas pela enxurrada 
ele ainda estava “na vontade”!
Rapidamente despede-se dos companheiros 
e parte rumo a sua nova conquista. 
Após uma rápida e tosca “corte” leva-a 
ao depósito de feno atrás da estrebaria 
e desvencilhando-se o mais rápido que 
podia de suas vestes, “manda ver nas carnes”! 
Entretanto, o que Cervantes não sabia 
é que aquela bela negra era na verdade 
a sacerdotisa de uma religião africana 
que usava o sexo como fonte de sua Magia...
Desnecessário dizer que a ”fome” do 
Aranha-do-Mar foi muito bem vinda! 
E enquanto ela dava tudo de si na relação, 
deixando o espanhol mais louco ainda, 
mais tragava da energia vital 
do safado bucaneiro! 
Prestes a concluir o Ritual, 
que deixaria o pobre idiota 
reduzido a pele e ossos, 
a sacerdotisa intensificou 
os movimentos de modo 
a leva-lo ao ápice e 
ela ao Poder!


Imagens piratas... - 074


















PIRATAS!!! - Cap. 74

Com um golpe seco de sua espada 
o lampadário desaba com um estrondo 
sobre os soldados ao passo que 
o bucaneiro agarra-se a corda 
que ora pende do teto e com um ágil 
movimento cai em pé junto a seus 
companheiros entoando a velha canção:
— More was seen through a sternlight screen...
Yo ho ho and a bottle of rum!
Chartings undoubt where a woman had been
Yo ho ho and a bottle of rum!
Olavídez atira a arma ao chão e apoiando 
ambas as mãos no imenso tonel começa a 
empurrá-lo com todas as suas forças. 
No que é imitado pelos demais flibusteiros! 
E com um derradeiro esforço a 
estrutura inteira cede 
e rola na direção dos soldados! 
Tomados pelo pânico batem em retirada 
desordenadamente, mas já é tarde demais! 
Uma inundação de vinho toma a taverna, 
a rua e os becos em derredor! 
Soldados mortos, feridos ou desmaiados 
estão boiando por todos os lados!
Cervantes abaixa-se, apanha uma 
botija de rum que flutuava em sua direção 
e não tem dúvida: manda goela abaixo!
Ao final da enchente enóloga os 
cinco piratas saem comemorando, 
abraçados, bebendo rum e é claro trauteando!
Olavídez brandindo a espada aos céus:
— 'Twas a flimsy shift on a bunker cot
With a dirk slit sheer through the bosom spot
And the lace stiff dry in a purplish blot
Ramirez impostando sua voz de tenor:
— Oh was she wench or some shudderin' maid
That dared the knife and took the blade
By God! she had stuff for a plucky jade
Yo ho ho and a bottle of rum.
Cervantes segurando a botija de rum:
— Fifteen men on a dead man's chest
Yo ho ho and a bottle of rum
Drink and the devil had done for the rest
Yo ho ho and a bottle of rum.
MacGregor apoiado em sua montante:
 We wrapped 'em all in a mains'l tight
With twice ten turns of a hawser's bight
And we heaved 'em over and out of sight,
With a Yo-Heave-Ho! and a fare-you-well
E é claro, o Onça, trocando as pernas, mais bêbado que um gambá!
— And a sudden plunge in the sullen swell
Ten fathoms deep on the road to hell,
Yo ho ho and a bottle of rum!


Imagens piratas... - 073








PIRATAS!!! - Cap. 73

Olavídez ergue um imenso barril de 
vinho sobre a própria cabeça e o 
arremessa com violência contra os 
soldados que entram, 
derrubando-os como pinos de boliche!!! 
E debocha:
— Looking up at paradise
All souls bound just contrawise
Yo ho ho and a bottle of rum!
Ramirez olha impaciente para 
os guardas que não param de 
avolumar-se e ordena a seus companheiros:
— Amigos; está na hora de fecharmos 
a conta com esses empertigados! 
Cervantes, Douglas, Olavídez: comigo! 
E assim dizendo põe-se derrubar os suportes 
de um gigantesco barril de vinho.
Não se tratava de um tonel qualquer, 
mas um legítimo "Vas Heidelbergensis
do Küfer (construtor de barris) 
Michael Werner de Landau 
contendo alguns centenas de litros 
do mais puro vinho espanhol!
Propriedade do Comandante Lagarra...
Os piratas atendem ao chamado e 
num esforço conjunto a golpes de sabre 
e da montante de Douglas fazem 
a estrutura inteira oscilar! 
E os piratas não cessam a canção:
O imediato enquanto forcejava o tonel:
— Fifteen men of 'em good and true
Yo ho ho and a bottle of rum!
Ev'ry man jack could ha' sailed with Old Pew,
Yo ho ho and a bottle of rum!
Cervantes a cada golpe:
— There was chest on chest of Spanish gold
With a ton of plate in the middle hold
And the cabins riot of stuff untold,
And they lay there that took the plum
E Chuk-Chuk dilacerando os apoios 
com sua gigantesca espada vorpal:
— With sightless glare and their lips struck dumb
While we shared all by the rule of thumb,
Yo ho ho and a bottle of rum!
Ao passo que, lá no alto o Onça 
se preparava para cortar a corda 
que segurava o candelabro 
em que estava encarrapitado!


Imagens piratas... - 072











PIRATAS!!! - Cap. 72

Nesse momento chegam reforços
uns vinte soldados armados e 
enfurecidos! O Onça os recepciona 
com uma espada em cada mão e um sorriso 
de descaramento que implora uma forca!
Os soldados portuários avançam em massa 
taberna adentro! O Onça pula para o lado, 
sobe as escadarias atraindo a atenção 
sobre si enquanto um grupamento 
corre atrás dele! 
Nesse meio tempo Chuk-Chuk 
recepciona os “visitantes” com um 
giro letal de sua gigantesca montante! 
Estripa cinco de uma só vez! 
O escocês dá um passo para a frente 
e eles recuam. Um sádico sorriso nos lábios, 
canta com toda a força de seus pulmões:
— Fifteen men of 'em stiff and stark
Yo ho ho and a bottle of rum!
Ten of the crew had the murder mark!
Yo ho ho and a bottle of rum!
Canções falando sobre “marca do assassino” 
são o tipo de coisa que fazem 
os soldados repensarem a 
escolha profissional que fizeram...
Enquanto o medo os paralisava, 
Estevãn aprontava outra das suas: 
saltou do alto da escadaria até o 
imenso lustre de madeira que 
pendia do alto da bodega e 
uma vez lá em cima sacou 
sua garrucha e derrubou 
o perseguidor mais próximo 
na escadaria, que tombou 
sobre o corrimão, destroçando-o!
— Preciso de mais munição aqui em cima!!! 
Berra o flibusteiro!
— Onça!!! – grita o Aranha-do-Mar 
ao jogar a ele duas garruchas carregadas! 
O bucaneiro apanha uma em cada mão 
e mira com precisão enquanto 
cantarolava alegremente:
— Twas a cutlass swipe or an ounce of lead
Or a yawing hole in a battered head
And the scuppers' glut with a rotting red
And there they lay, aye, damn my eyes


Imagens piratas... - 071









PIRATAS!!! - Cap. 71


Dentro da Taberna, a assunto já estava 
quase encerrado, restando apenas 
três soldados e dois oficiais em pé! 
É quando Olavídez em um movimento 
tão rápido que os olhos mal podem 
acompanhar faz suas adagas 
voarem nos pescoços de dois soldados!
Antes que eles caiam ao solo, 
o corsário trauteia o velho cântico:
— Fifteen men of the whole ship's list
Yo ho ho and a bottle of rum!
Dead and be damned and the rest gone whist!
Yo ho ho and a bottle of rum!
Ramirez terça espadas com os 
dois oficiais ainda de pé 
(Alfonse é um deles) e 
habilmente derruba um deles. 
Restando apenas o Vice-Conde e 
um dos soldados, ferido, agora de joelhos. 
Coloca o acúleo da lâmina no nariz 
do nobre e manda ver na melodia:
— The skipper lay with his nob in gore
Where the scullion's axe his cheek had shore
And the scullion he was stabbed times four
And there they lay, and the soggy skies
Temendo por sua vida Alfonse cai de joelhos 
implorando misericórdia. Ramirez fica pasmo 
com a atitude do (até instantes atrás) 
arrogante oficial e maneando a cabeça 
dá-lhe as costas.
Foi o que bastou ao traiçoeiro nobre: 
o ensejo de apanhar uma adaga do chão 
e atirá-la às costas de seu algoz! 
Contudo, Cervantes estava próximo 
o bastante para empurrar o Imediato, 
distanciando-o da morte uma vez mais! 
Antes que ambos caíssem, 
o Aranha-do-Mar lançou certeiro 
seu punhal entre os olhos 
do desleal subcomandante. 
arrematou soltando voz:
— Dripped down in up-staring eyes
In murk sunset and foul sunrise
Yo ho ho and a bottle of rum!