Estavam
os marujos do capitão Sangre
cuidando de suas vidas quando
adentram os empolados marinheiros
dos navios da escolta.
Todos
trajando uniformes impecáveis,
faces glabras recém-escanhoadas,
chapéus limpíssimos e botas lustrosas.
Um irritante
odor de perfume de rosas
começa a impregnar o local.
Cervantes
não podia deixar passar:
— Companheiros,
acho que erramos
o estabelecimento, entramos na
botica e não
no boteco!
Com
uma gargalhada, Estevãn completa:
— Não,
Aranha-do-Mar: devem ser floristas
que vieram nos ofertar suas rosas!
Tem algumas peças-de-oito sobrando aí?
Vamos ajudar as
donzelas!
Desnecessário
dizer a gargalhada geral
que tomou de assalto o local provocou
a
ira dos recém-chegados...
— Tenente,
comunique a essa escória
que retire-se do local imediatamente,
pois deste momento em diante esta
Taberna servirá
exclusivamente aos
marinheiros da Real Armada Espanhola!
Fala com empáfia o oficial do grupo
em voz pausada e imperiosa.
— Hummm,
a moçoila fala grosso!
Ramirez comenta acidamente
sem nem se virar.
— Sei
de uma coisa que ela pode
pôr na boca pra afinar a voz!!!
HUÁ,
HUÁ, HUÁ, HÁ, HÁ!!!!
O Onça simplesmente não tem amor a vida...
O
tenente estaca de súbito e olha de volta
para o oficial, fulo,
cuja face adquire
um tom rubro. De raiva!
— Se-senhor? –
gagueja o tenente.
— Seus... piratas! –
esbraveja enraivecido.
— Com
muito, orgulho, senhora!
Chuk-Chuk faz um longo e debochado
cumprimento, inclinando-se e
tocando
o chão com seu chapéu seboso.
Os
demais piratas rolam de rir,
o que só aumenta a fúria
do nobre espanhol!
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E uma certeza podes ter como absoluta:
RESPOSTA TU TERÁS!!!!!!