PIRATAS!!! - Cap. 300

Drake recolhe a luneta e resmunga:

― Isso não é nada bom! 

Há alguma forma 

de nos livrarmos dele?

― Durante o furacão 

ele nos infligiu terríveis danos, 

mas a tormenta o manteve afastado. 

Agora, sem nada além 

de uma área de tiro livre a frente dele... 

Sei não... Nossa única chance 

é um ataque à distância...

― Atacá-lo de longe? Mas como...

― Não ele! Sangre! – Narval aponta a ilha. 

― Se Salazar convencer-se de que 

o destruímos irá embora, 

pois El Vil não tem honra 

e não irá procurar vingar 

a morte do comparsa.

― Entendo. 

Porém, é uma jogada arriscada...

― Tem uma ideia melhor?

Drake cofia o cavanhaque 

e assente com a cabeça.

― Está certo, faremos como diz. 

Mas devo lembrá-lo que 

a esta distância nossos artilheiros 

não terão precisão nos disparos, 

sabe o que isso significa?

― Sim. “Fogo amigo.” 

E a remota possibilidade 

de sermos responsáveis, 

caso algo se suceda à Morgan, 

me oprime o coração.

Narval desvia o olhar da ilha 

e leva a mão ao peito, 

como se uma dor atroz o consumisse.

Subitamente a nau inteira estremece 

enquanto um trovejar ribomba pelo ar, 

jogando com todos a bordo! 

Ainda em choque Narval, 

apóia-se na perna direita 

e olha para cima, 

tentando divisar o céu 

por entre o velame. 

A manhã estava clara e límpida. 

Não fora um trovão. 

Como o eco que ressoa 

através de uma caverna, 

a voz de Drake dando ordens 

a seus homens embrenha-se em sua mente.

― Fogo! Fogo!! Fogo!!! 

Alguém atire nesses desgraçados!

Olhando em derredor, 

é como se tudo estivesse 

no compasso larghissimo 

de uma ópera italiana: 

tumulto, correria, 

chamas, fumaça negra, 

cheiro de pólvora queimada, 

estilhaços de madeira 

e corpos estraçalhados!

Olavídez desfere o primeiro ataque...

...pegando o Golden Hind totalmente desprevenido!!!!

A bordo da nau inglesa
o caos toma conta...

...porém, Francis Drake não é homem de se deixar atacar impunemente...

...e seu contra-ataque será mortífero!!!!