Paull O’hara era um sujeito determinado, isso
era algo incontestável. Apesar de ir contra a
vontade da família, alistou-se e
quando a
Guerra do Vietnã explodiu foi um dos
primeiros patos, digo; bravos a
embrenhar-se
nas selvas sul-asiáticas. Participou de inúmeras
missões e por ser
abençoado com
uma sorte F.D.P. o desgraçado SEMPRE
se saía bem e voltava
ileso (apesar do resto
do batalhão normalmente retornar aos pedaços,
isso
quando regressavam…), ao perceberem
isso seus superiores destacaram-no para
missões cada vez mais arriscadas.
Bem, nada que é bom dura para sempre e um
dia
a sorte acaba… e foi o que aconteceu:
a missão fora concluída com êxito, não
houve
qualquer perda de vidas humanas no pelotão
e eles já estavam se
arrastando de volta
(alguns inclusive com a Baixa já os aguardando
no Q.G.).
Então os Charlies emergiram da mata
em volta: tiros de K-50 e granadas cortaram
o ar
em uma chuva letal! Os Charlies estavam
realmente dispostos a tudo,
queriam chacinar o
pelotão inteiro de qualquer maneira!!! Foi
quando Paull
reconheceu o objeto que varava
o espaço em sua direção: uma RPG-43 !!!!!
— Maldição!!! Estão jogando granadas
antitanque na gente!!! Miseráveis, eu
vou…
Paull não chegou a completar seu
pensamento… acordou no leito
ensanguentado de um hospital de campanha
sem o braço direito,
um buraco no
lugar do olho esquerdo, as duas pernas
engessadas e com mais
ataduras cobrindo-lhe
o corpo do que uma múmia teria!
Recebeu Baixa, mas não foi condecorado, pelo
contrário, em vista de ser o único sobrevivente
do pelotão inteiro e o
responsável
(patente de sargento), levou a culpa toda, pois não
soube
explicar nada do que acontecera
(em parte porque sua memória fora afetada
por um
estilhaço de granada que penetrou em sua caixa
craniana e não teve como
ser removido…).
Aliás, depois do ocorrido Paull passou a sofrer
perturbadoras mudanças comportamentais.
Ele nunca mais foi o mesmo (aliás,
nem sargento
mais ele era, fora rebaixado a cabo, com desonra e
um pé na bunda!).
Voltou para os U.S.A. e à casa de seus pais.
O que ele não sabia é que seu velho pai,
Mr.
Hanniball O’hara, amargurado com a
decisão do filho de buscar na guerra
sua
razão de viver, ele passou a buscar na
bebida a sua razão de viver e em uma
noite a
mãe de Paull (a venerável beata da
Igreja do Poder Divino Absoluto,
a Mrs. Lucrécia Yaga O’hara)
revoltada com as bebedeiras do velho
tomou uma atitude: quebrou a garrafa
de
Whisky na cabeça do cretino!
Enlouquecido pelo álcool o Hanniball
agarrou a
mulher pelos cabelos, levou-a até a
cozinha, enfiou a cabeça dela dentro do
fogão
e ligou o gás! Ela se debatia feito um gato
dentro do saco! Deu uma
corcoveada e
acertou bem nas bolas do vetusto patife
que desabou ajoelhado
gemendo de dor!!!
Tossindo ela agarrou uma pesada frigideira
e acertou na cara
do desgraçado, com o
impacto voa troço pra tudo que é lado,
o Sr. O’hara cai de
lado e aproveitando
a olada da-lhe uma rasteira, joga-se em
cima dela e passa a
esganá-la. Enquanto a
velha arroxeava o gás escapava…
— Morre velha desgraçada, morre!!! Morrrrre!!!
Após alguns espasmos a desdita mulher
aquietou. Tossindo,
tonto com o gás que
evadia e já inundara toda a cozinha e peças
anexas,
ergueu-se cambaleante e cuspindo
na cara da esposa blasfemou:
— Te vejo no Inferno, sua velha maldita!!! – e
trôpego tentou alcançar a porta da cozinha.
Foi quando ouviu:
— Eu te disse que o esse cigarro ainda
ia ti matar, seu broxa pau no c…! – ele só
teve tempo de se virar para ver a velha
abrir
isqueiro dele (que deixara cair durante
a briga)…
O estrondo estremeceu a quadra inteira.
Quando voltou pra casa Paull só encontrou
uma
cratera, dois corpos no cemitério e
uma herança de dívidas.
Esse era meu pai…
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