Os guardas embainham suas espadas vorpais e
franqueiam o acesso. A porta abre-se sozinha,
com um rangido ensurdecedor e
após a dupla
cruzar o arco ela fecha-se às costas deles
vagarosamente…
Caminham mais algumas dezenas de metros
por
um corredor ladeado de gárgulas
esculpidas (?) em pedra negra até um
gigantesco
salão subterrâneo, cuja macabra decoração
causaria desconforto até
mesmo no mais
fanático satanista!!!
O Mestre fala ao discípulo:
–
Fique aqui. Não se mexa. Só faça o que lhe
for ordenado. Entendeu?
–
Sim, Mestre.
Ele ruma até um sujeito sombrio que traja
uma veste sacerdotal.
–
Finalmente, Lancaster, demorou!
–
Saudações Eminência! Tivemos de
nos desviar das patrulhas inquisitoras e
isso
demandou mais tempo que o calculado.
–
Certo, certo, se tudo ocorrer conforme
o previsto esta noite estes amaldiçoados
seguidores de um carpinteiro terão seu
merecido fim. É sua progênie?
Fala apontando o dedo esquelético para o
rapaz que no momento estava do outro
lado do salão.
–
Sim e está preparado para o Ritual.
–
Excelente, ele sabe exatamente do que
se trata?
–
Não.
–
Ótimo. Melhor assím.
O Arcebispo vai até uma cortina de
veludo
negra e a puxa, revelando atrás desta
um homem pendurado do teto por grossas
correntes presas a seus pulsos; seu corpo nu
maltratado por longas horas de
tortura física
e mental.
O Mestre indaga:
–
É ele?
–
Sim. O próprio.
–
Sua santidade tem certeza de que estamos
de facto a salvo? Quero dizer, ele…
–
Relaxe, Lancaster, olhe para o chão.
Ante os olhos do Mestre revela-se um
grandioso
pentagrama feito de fetos e bebês estraçalhados;
iluminado por corpos
de virgens besuntadas
com alcatrão e incendiadas ainda vivas.
–
É parece bom… quero dizer, está perfeito;
todos os 49 cadáveres de recém
nascidos
dispostos com um rigor aritmético…
–
Poupe-me de seu bajulismo, Lancaster.
Traga o garoto aqui, vamos começar de uma
vez,
antes que o sol nasça.
O Mestre vai até sua progênie e sussurra-lhe
algo ao ouvido. Os olhos do jovem vampiro
arregalam-se.
–
Se esta é a vontade do Clã, meu senhor,
eu assím o farei.
Ele caminha até a borda do pentagrama,
detém-se por um momento, como que tomando
coragem, então olha para o Arcebispo
e
depois para seu Mestre, este maneia
com a cabeça. O rapaz volta-se para o
oscilante
corpo inerme do homem a sua
frente – que aparência indefesa ele
tinha!
– Bastaria que eu pulasse sobre sua jugular
e
drenasse-lhe o Sangue da Vida.
Pensou por um instante, todavia, resistiu a
tentação.
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