Castelo Düsseldorf, Bavária,
ano do Senhor,
1543.
Inverno.
17 graus negativos.
Um cobertor de neve de um metro de espessura
cobre
toda a região.
Dentro do Castelo, descendo um longo, úmido
e escuro corredor - iluminado parcamente por
algumas poucas e toscas tochas -
um mestre e
seu discípulo caminham a passos largos rumo
ao silencioso coração
das trevas.
Alguém mais observador talvez notasse que o
único som em todo aquele infindo e gotejante
corredor eram os pas-sos de ambos.
Não havia
qualquer outro som, nem uma batida cardíaca,
nem um resfolegar, nada,
nada, nada!!!!
Em seus peitos há muito não bate um coração
e seus atrofiados pulmões há tempos deixaram
de exercer sua função original.
Que criaturas seriam essas que não respiram
nem tem um coração quente a bombar-lhes o
sangue da Vida em seus corpos?
Que
profanações da Natureza seriam
essas coisas?
VAMPIROS!!!!!!!
–Mestre,
aonde vamos, que lugar é este?
Onde estamos?
–
Shhhhh!!! Caluda!
Eles descem mais algumas dezenas de metros
em uma escada em caracol esculpida na pedra
da montanha, no caminho vários
cadáveres de
armaduras com o símbolo dos cristãos no peito;
aqui e ali vários
esqueletos encobertos por
túnicas dilaceradas, em suas mãos cruzes
partidas e
em seus olhos vazios a esperança
dilacerada.
–
Templários miseráveis!
Resmunga o Mestre
enquanto chuta um crânio,
que rola escadaria abaixo até o som perder-se
na
escuridão.
Trevas. Não mais há tochas a deitarem seu
véu de lume sobre aquelas ensanguentadas
paredes.
Após duas ou três horas de descida chegam
a
uma ante-sala, ao emergirem da abertura
na parede, subitamente surgem de dentro
das sombras dois guardiões.
–
Quo vadis? – indaga com autoridade o
guardião ao sacar
sua espada e mostrando
suas presas, ávidas de sangue.
–
Sir Lancaster Dübois Scalinger Chavigny
& Sòlon da Família Valois, Duque de
Borgonha, Senhor de muitos exércitos e o
mais humilde servo do Clã Tremere.
Respondeu pausada e confiantemente, enquanto ginoflexionava. O guardião a sua
direita aponta
a espada para o Discípulo, ao que o Mestre
voltando a face para
este (em seus olhos a
perplexidade
inerente aos novatos), responde-lhe:
– Minha progênie, está aqui para o Ritual.
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