Pierre toma fôlego e segurando
a espada entre os dentes
escorrega pelo cabo
até se aproximar o bastante
da primeira corda.
O forte cheiro de madeira
curtida pela maresia
atinge-lhe o nariz
como um soco,
mas não seria meramente
uma graveolência a detê-lo!
Após o painel de popa,
já na altura da almeida
da embarcação.
Os ventos naquela altitude
tornam sua empreitada
mais perigosa e difícil
do que supunha a princípio.
Todavia era tarde
para arrependimentos,
vidas dependiam dele
e o vento insistia em desviá-lo
de sua meta. Lá embaixo,
nas frias águas do Atlântico,
homens debatiam-se
em desespero tentando
manterem-se vivos em meio
a famélicos tubarões!
Sem muitas opções ou tempo
Pierre arrisca um salto
e por muito pouco consegue
agarrar-se ao cabo
que tenciona cortar.
Mantendo um braço firme,
o outro manuseava
a espada com habilidade.
Em segundos a corda se partia
e o escaler desceu
célere até o mar!
Lamentavelmente o impacto
não poupou um ou dois
bucaneiros...
Os que conseguem chegar
ao bote embarcam nele
e socorrem os demais.
Todavia, era apenas o primeiro.
Pierre ainda tinha
mais três a soltar.
Felizmente sua agilidade
(comparável a de Cervantes)
o leva a repetir o feito
já com certa facilidade.
Botes na água,
marujos a salvo
(ao menos a maioria deles),
restava voltar ao convés.
O problema é que agora
a corda que usara para descer
estava muito longe de si.
Então, para o cúmulo do desespero
vê o cabo subir, deixando-o
abandonado pendurado
como um arenque ao vento!
―
Irlandês F.D.P!!!!!! – pragueja
o timoneiro sem saber o que fazer.
Oscilando ao sabor
da brisa marinha
em meio ao nada: o mar
a longas jardas de distância,
a Lua e as estrelas
tão próximas...![]() |
Da grinalda ao painel de popa e dali à almeida... |
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...Pierre desce suspenso pelo cabo... |
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...enquanto isso, lá embaixo... |
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...tubarões famélicos... |
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...abocanham petiscos corsários... |
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...mas felizmente, o timoneiro e seu afiado sabre... |
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...decepam as cordas que prendem os escaleres à nau... |
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...fazendo com que caiam com estardalhaço em meio às ondas... |
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...iluminadas pelo luar. |
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