PIRATAS!!! - Cap. 387

Vendo que não havia

mesmo alternativa

a dupla de “aprendizes de alquimista”

joga os líquidos dentro do barril.

No mesmo instante um leve

fio de fumaça emerge da cuba.

― Não deveríamos misturar?  

- indaga Pierre, temendo que

a mistura não estivesse

combinada da maneira correta.

― Nem pensar! Temos é que

nos afastar disso e já!

Tão logo fala isso e

arrasta consigo o francês

um estrondo ecoa do barril

e uma poderosa coluna

de fumaça marrom escura

emana dele, em uma quantidade

pulsante e cada vez maior,

fazendo o “saco de vento”

inflar e tomar forma!

Rapidamente a estrutura

confeccionada por Pierre e o Onça

agiganta-se e um tremor

chacoalha o navio inteiro

de popa a proa!

― Madre de Dios! –

murmura Ramirez

levantando-se no escaler

e ignorando por completo

o seguro costume

de permanecer sentado no bote.

O bucaneiro descrê

dos próprios olhos quando

vê a belonave alçar-se

da superfície marinha

como um titã que se ergue

das profundezas.

Em outro bote, Chuk-Chuk

ao assistir a cena

faz o sinal cristão da cruz

e berra aos demais:

― Força nos remos macacada!

É agora ou nunca!

Nunca se viu marujos

mais açodados

na História da Pirataria!

Por muito pouco não partiram

os remos de tanta força

que lhes impuseram!

Mas o barril ainda não cessara

de jogar fumaça e, por conseguinte,

mais e mais a nau

erguia-se rumo às nuvens!  

Já totalmente livre dos recifes,

o galeão agora navegava

em um oceano

totalmente desconhecido:

o céu!

Sentindo o navio balançar

de modo totalmente diverso

do que estavam acostumados,

Pierre e Plunkett correm até

a amurada de estibordo

e olhando para baixo

o que seus olhos contemplam

é algo que nenhum mortal

deste Ícaro teve a

chance de presenciar!

Livre das amarras dos recifes, 
El Bravio de Los Mares ascende... 

...propelido pelo engenho humano...

...e sustentado pela ideia
de um velho sábio florentino... 

...o galeão singra um novo oceano: o CÉU!!!