PIRATAS!!! - Cap. 217

Um calafrio percorre a 
espinha dos aventureiros! 
Nesse instante eles percebem 
algo muito estranho: o frio!
A temperatura estava caindo 
de forma absurda! 
Apesar de estar em 
uma ilha tropical, 
o velho pirata escocês sentiu-se 
como se estivesse de volta às Highlands!
Como algo assim poderia estar acontecendo?
Ao respirar mais profundamente, 
o Onça nota a pequena condensação 
de vapor que se forma 
diante de seus lábios.
Os olhos se arregalam 
e o gesto incerto do 
sinal-da-cruz é sua reação instintiva.
É quando entreveem
um rápido movimento 
no chão encoberto pela 
fria e úmida neblina. 

Algo se move sob a névoa. 

Os guerreiros ficam de prontidão, 

lanças em punho! Silêncio. 

Nem um único pio de ave. 

Podia-se ouvir o suor pingando no chão. 

O sol parece mover-se mais rápido 

que o natural, pois as sombras 

deslocam-se de modo aberrante. 

O ar parado, 

um aroma intenso 

de matéria em decomposição, 

os olhares miram aqui, 

ali, 

acolá em busca de algo que não veem, 

mas que sabem está lá, 

em algum lugar... 

Quando um dos guerreiros expira, 

como que tomando fôlego, 

seus olhos se arregalam 

e um grito de horror 

morre em sua garganta, 

ele é derrubado, 

o corpo tomba para frente 

e ele some dentro da cerração 

sendo arrastado aos berros, 

até desaparecer dentro da mata, 

seus bramidos vão enfraquecendo 

até sumirem de vez. 

Então um barulho horrível, 

como carne sendo rasgada 

e um derradeiro estertor de morte!!!
O Onça se mija todo!!!

Então algo parece vir voando 

do meio da mata até eles! 

Caindo aos pés do outro guerreiro. 

É a cabeça arrancada, 

sem olhos e sem a língua 

de seu companheiro tribal!
Desta vez o Onça sente 
que algo mais pastoso 
acaba de preencher suas calças...

O k’ollyforn pega a cabeça, 

ergue à altura de seus olhos e 

encarando-a assevera com veemência:
― Eu o vingarei, irmão!

Nesse momento as raízes 

das árvores em derredor 

erguem-se como se estivessem vivas 

e movimentam-se como 

serpentes encantadas! 

O combatente tribal 

usa sua lança como pode 

para tentar se defender 

daquelas coisas, 

até que um grosso cipó descendo 

da árvore acima 

envolve-lhe o pescoço 

e ergue-o no ar!