Morgan bufa de raiva,
então vê a botija na mão de Mèrton,
toma-a e entorna seu conteúdo
com voracidade.
Ato contínuo cospe tudo
de volta na cara de Sarresian.
― O que é isso? Está
querendo
me envenenar?
― É água, mylady! –
gagueja o infeliz.
Ela saca sua adaga e pressiona
o acúleo sob o queixo do pirata
e diz pausadamente:
― Escute aqui,
engraçadinho,
meu dia está péssimo:
fui ferida em combate,
meu pior inimigo
escapou,
meu navio está em chamas
e quase toda a minha
tripulação
está alimentando os
peixes.
Mais uma gracinha desse
tipo
e eu mesma beberei teu
sangue!
TRAGA-ME RUM SEU
INÚTIL!!!!!
E enfia a botija pelo estômago
de Sarresian como se fosse um murro.
Morgan vira-lhe as costas
E sai manquitolando rumo
a amurada de bombordo
enquanto o pirata cai de joelhos,
gemendo de dor e murmurando:
― Que mulher! Meu Deus,
que mulher!!!!
John Crow aproxima-se com sua
solerte mascote e sem conseguir
disfarçar o finório sorrisinho indaga:
― Ganhou a Julieta,
Romeu?
Erguendo-se a custo ele se
defende tentando manter o moral:
― Ainda não. Mas eu
chego lá!
― No momento creio que
temos
questões mais prementes
que sua fracassada vida
amorosa.
Fala apontando a ponta da muleta
na direção do tornado que se aproxima
velozmente da embarcação!
A violentíssima procela tropical,
que por obra de magia negra
adquirira a força de um furacão
ameaçava tragar as parcas naus
que ainda flutuavam.
Os marujos sobreviventes oravam,
diziam tratar-se de coisa do demo!!!
O horizonte desaparece,
toldado entre nuvens negras,
ondas enormes com
cinco, dez, doze, quinze jardas
de altura tornam-se uma constante,
jogando os navios
para lá e para cá como
aves desgovernadas
prisioneiras de poderosas
massas de ar e água!
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Atreva-se, diga-me o que está pensando!
Se veio até aqui, não recue!
Se és contra, a favor ou muito pelo contrário(?!),
tanto faz...
Afinal, esta é uma tribuna livre.
E uma certeza podes ter como absoluta:
RESPOSTA TU TERÁS!!!!!!