Na escuridão
daquele porão
a voz
profunda e sinistra de Sangre
reverberava
até dentro de sua alma:
― Aí está você Morgan,
veio buscar o meu tesouro, não é?
Não se mexa.
Fique aí mesmo,
irei ajudá-la...
Fala cinicamente
com a maior calma.
Os passos
pesados de Sangre
fazem a
escadaria ranger.
Mas tudo
parece cada vez
mais
distante,
os sons
abafados de gritos,
explosões e
tiros que
vem do
convés...
A
inconsciência clama
teu nome
Morgan...
― Tu és difícil de matar, chica,
o mais estranho é que gostei.
Eu nunca desisti e tu nunca cedeste.
Lamento que tenha terminado.
Lembranças ao Thelonyus “Crimson Hook”
quando encontrá-lo no Inferno.
Acabou Morgan.
Venha encontrar teu destino!
As palavras
de Sangre,
sua fleuma,
a frieza
doentia;
trariam pavor
a alma
do mais audaz
dos homens.
O que se
passava na
mente de
Morgan
obumbrada
pela dor
é uma
incógnita.
As costas
apoiadas no fundo do porão,
as pernas
trêmulas,
banhadas em
sangue,
ela deixa um
barrote vazio
rolar a seus
pés,
saca a espada
quebrada
e encara
Sangre de frente.
Olhando-a com
desprezo,
gargalha e
ironiza:
― Pretendias lutar comigo
com este palito?
A resposta de
Morgan vem
através de
seu ato:
golpeia com
força e de raspão
uma bala de
canhão a seu lado.
Faíscas.
O rastilho
prende fogo.
Sangre
percebe tudo,
mas é tarde
demais
para salvar
seu navio,
ele corre e
aos bramidos ordena
o abandono
imediato do barco!
Ao ver Sangre
sair correndo
da escotilha
de proa,
Sarresian tem
uma intuição súbita
e corre para
lá e encontra-a desmaiada.
Coloca-a
sobre os ombros e
a retira de lá o mais rápido que pode!
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