― Macaco, tu não tem um quarto de ideia
o que foi o berro daquele bicho!!!
Exclama Douglas para o Cabeça-de-Bagre.
Ramirez retoma o fio da
meada
com assustadora precisão:
― Sim! E tão rápido quanto o golpe
do Onça foi a descida daquela
monstruosidade até o convés!
A criatura serpenteou até o chão,
aproximou-se dele e abriu aquela
bocarra gigantesca com mais dentes
que um tubarão! Ainda lembro como
os pegajosos tentáculos terminados
em fileiras de garras finas como facas
dançavam em torno dele.
― Incrível a sua coragem naquele
momento, marujo! Eu teria fugido
como o Cão corre da cruz e tu
ficaste ali, impassível diante
daquela
monstruosidade
vinda do Inferno!
O Aranha–do-Mar não
contém
a admiração pela bravura
do
companheiro de bordo.
― É. Impassível. Isso mesmo.
Concorda o Onça sem muita
convicção.
Evidentemente o imediato, conhecedor
de longa data dos modos e
atitudes do
colega falcatrua não
deixa por menos!
― Impassível é? Borrado de medo mudou
de nome agora? A verdade é que se
Sangre não tivesse falado sei lá o quê
naquela língua que só ele e os diabos
entendem tu terias feito
carreira não de pirata,
mas como estrume de demônio!
― Agora estou lembrado, o que foi
que aquela coisa vociferou antes
de mergulhar no mar em seguida?
Puxa pela memória
Olavídez.
Ao que sentencia
Bertolluci
em voz seca e dura:
― “Na próxima...”
O silêncio domina o
grupo.
― Entendem agora por que
não posso novamente pôr os pés
naquelas águas amaldiçoadas?
― Pensando bem, é melhor mesmo
tu ficardes por aqui... É.
Vá que tua presença chame
aquela coisa de volta...
– conclui Ramirez.
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Se veio até aqui, não recue!
Se és contra, a favor ou muito pelo contrário(?!),
tanto faz...
Afinal, esta é uma tribuna livre.
E uma certeza podes ter como absoluta:
RESPOSTA TU TERÁS!!!!!!