Sarresian chama John Crow a um canto e
entabula uma
conversa deveras amistosa:
— Não sei o que você andou falando ao
Capitão, seu
infeliz, mas pode acreditar:
gosto muito dos meus polegares onde
eles estão e
não pretendo deixar NADA
mudar isso. Capisce?
— Capisco, Reneger, capisco.
O corvo olha fixamente para Sarresian, seus
olhos brilham
como tochas luzidias e antes
que o ex-nobre possa abrir a boca para dizer
algo, a ave solta um grasnido alto e sonoro
que ecoa do mastro ao porão, de proa a
popa!
John tira um pequeno naco de carne crua de
um dos bolsos
do jaquetão surrado e atira
por sobre o ombro. A ave apanha o alimento
no ar
com uma bicada certeira. E enquanto
se alimenta o fogo em seus olhos
aparenta amainar.
— Bicho maldito! – esbraveja Mèrton.
Eis o início de uma “linda amizade”...
Os dias
transcorrem em relativa tranquilidade.
Narval já com metade da missão concluída
pensa em como dará cabo da que falta: Sangre.
Morgan
já mais acostumada ao navio inglês
faz longos passeios ao luar nas noites mornas
que se seguem.
Aos poucos aquela animosidade inicial
entre os dois capitães
cede e já conseguem
entabular um diálogo que não termine em
objetos voando ou
punhais cravados em
locais inoportunos (como narizes de
imediatos ou orelhas de marujos).
Aos poucos certa simpatia nasce
entre ambos, sentimento este que
evolui lentamente para
uma amizade mais profunda...
Alguns
meses no mar dão a medida
exata de tempo para que as pessoas
se conheçam de
fato.
Até que
o inevitável acontece em uma
noite quente de lua cheia...
palavras sussurradas,
afagos, toques,
uma mão firme, um roçar suave,
o beijo ardente em meio a
braços
entrelaçados, culminando
em uma avassaladora noite
de desejos ardentes
e
instintos saciados...
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E uma certeza podes ter como absoluta:
RESPOSTA TU TERÁS!!!!!!