— Imaginei. E posso perguntar-lhe como
o senhor foi parar lá?
– nesse momento Narval já pensava
onde acomodar a ferros
aquele
dissimulado abutre marinho...
— Por obra e graça do mais vil e ardiloso
pirata que já
singrou os sete mares: Sangre!
– John
Crow sabe que nervos tocar para
arrancar mais dor e ele atinge plenamente
seu
objetivo. Ao ouvir o nome do algoz
de seu irmão, as pupilas dilatam,
os pelos das mãos encrespam,
Narval dá alguns passos e de costas
para John Crow sorve o
conteúdo
da taça de vinho de uma só vez,
coloca-a friamente sobre a mesa e
apoiando as mãos espalmadas
sobre a mesinha indaga
com a voz tomada pelo ódio.
— E por qual obra ou graça divina tão
somente vossa digníssima pessoa
escapou ileso, pode explicar-nos isso,
senhor Johnny
Wisblender?
Vendo
que a situação para o seu lado
pendia do fio da espada, o velho
lobo-do-mar
narra com cuidado aos
detalhes seu terrível encontro com Sangre
e como acabou
naquela ilhota esquecida
por Deus e abandonada pelo Diabo.
Omitindo certos detalhes
comprometedores, é claro.
— Foi isso, Sir.
O relato satisfaz Narval, porém,
não aplaca sua ira.
— Alexander!
— Sim, senhor.
— Traga até aqui aquele marinheiro
novo, Sarre...
— Sarresian, senhor.
— Ele mesmo. Traga-o aqui agora mesmo.
Rápido, homem!
O imediato sai de pronto.
No convés os homens ainda discutem
o assunto “corvo”.
— Ao curry!
— Assado!
— Vocês todos estão loucos, em minha
terra preparamos
corvos como uma
verdadeira iguaria!
— E como seria isso, senhor mestre-cuca?
— Flambado! E com champignons,
salpicados com sálvia!
A discussão ia longe...
Neste momento o esbaforido imediato
aproxima-se do pirata francês:
— Sarresian, o capitão quer vê-lo
imediatamente.
Reneger nem pisca, acompanha o imediato
até a cabina sob
o olhar atento do
bichinho de estimação de John Crow.
— Chamou-me, meu capitão?
— Sim, marinheiro Sarresian.
Tenho uma missão para você.
— Diga e será executada; capitão.
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Se és contra, a favor ou muito pelo contrário(?!),
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E uma certeza podes ter como absoluta:
RESPOSTA TU TERÁS!!!!!!