Enquanto
caminhavam Sarresian percebeu
que o pássaro no ombro de John era o mesmo
da
noite anterior.
— Seu bichinho fez um estrago enorme
no navio ontem à
noite.
— Esta pobre ave? Impossível. Mal consegue
voar e se
alimenta das migalhas que ponho
sobre a aba do chapéu.
— Sei...
Quando sobe a bordo John Crow e novamente
sente o
balançar do mar seus pés, é como se
voltasse ao lar.
— Capitão Narval; apresento-lhe
Mr. Johnny Wisblender,
seu novo tripulante.
– as
palavras de Reneger soam mais empoladas
que pronunciamento do primeiro-ministro
na
Câmara dos Lordes.
John Crow faz um cumprimento marcial.
— Capitão Johnny Wisblender, da naufragada
Sea
Scarab.
— Escaravelho do Mar? Desconheço um navio de
sua
majestade que atenda por semelhante nome.
— Nem poderias Sir,
mas a razão disso é algo que
prefiro relatar em vossa cabine, se possível na
companhia de um bom rum.
— Entendo. Acompanhe-me. Você também,
Alexander.
Enquanto dirige-se a cabine de comando, o corvo
voa de
seu ombro e pousa sobre o dintel da porta
e lá fica aguardando o retorno de seu
dono.
Na cabine a bebida torna a conversa mais fluida.
—
Explique-se, Mr. Johnny Wisblender.
Escarrapachado
na poltrona e saboreando o
saudoso rum, John Crow mostra-se loquaz
(e
criativamente mentiroso):
— Realizava missões sigilosas para sua
majestade, sob o
amparo de uma carta de corso.
— E onde está, essa carta de corso?
– a voz de narval traía-lhe a desconfiança,
sob seu olhar
atento, Alexander já punha a mão
sobre a garrucha na cintura.
— Lamentavelmente no mesmo lugar que
meu navio e quase
toda a minha tripulação:
no fundo do mar.
– o velho pirata escolhia suas palavras
como uma cortesã
decidia que vestido
usar para seduzir um conde...
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