PIRATAS!!! - Cap. 357

Paulatinamente o cajado 

desce e ao tocar a areia 

seu brilho desaparece. 

A Esmeralda Sagrada 

parece encolher e flutua 

até a mão direita do pirata 

que a guarda em seu bolso. 

Sangre apanha o bastão, 

chama um dos nativos 

que estava mais próximo 

e o entrega a ele.

― Tome. Usem com sabedoria. 

Não quero ter problemas desse tipo 

da próxima vez que voltar aqui 

ou contrário não irei me contentar 

com apenas um coração. 

Está me entendendo?

― Yebo, igazi!

― Excelente. Agora sumam. 

Não quero ver essas caras feias tão cedo! 

Desapareçam!

Ordem dada, ordem executada: 

em segundos toda a tribo 

“evaporou” dali.

O clima na clareira volta ao normal. 

As nuvens dissipam-se, 

os odores funéreos se esvanecem 

e até mesmo a temperatura 

parece à mesma de antes 

dos fatos aterradores 

que se desenrolaram 

anteriormente.

Finalmente Sangre volta 

sua atenção aos marujos 

que o seguiram. 

O trio emerge do mato 

e mantém a cabeça baixa. 

Bem sabem que ele não admite 

que desobedeçam a suas ordens.

Entretanto o que aconteceria 

em seguida seria mais uma 

das muitas surpresas 

daquela noite...

Olhando os três com sua 

habitual cara de “poucos amigos” 

principia:

― Não me lembro de 

haver solicitado uma escolta... 

Imagino que semelhante iniciativa 

partiu de ti Ramirez, 

não estou certo?

Sem ter como fugir a verdade,

 o corsário opta por encará-la 

com destemor.

― Sim, capitão. De fato. 

Meus companheiros tão somente 

seguiram-me ignorantes 

de vossa vontade.

Acercando-se dos três 

com adaga em punho, 

volta-se para o escocês 

e diz em tom grave:

― E de tuas mãos Chuk-Chuk, 

se bem me lembro, 

partiu esta adaga...

A Esmeralda Sagrada retorna as mãos de seu portador.

E Sangre decide devolver a tribo...

...o cajado da feiticeira
(com sérias ressalvas, é claro)...

...e enfim volta-se aos marujos
que o seguiram na calada da noite!