PIRATAS!!! - Cap. 345

Como se nada estivesse 

acontecendo ele apenas 

comunica seu subalterno:

― Tome conta de tudo, 

vou descer em terra.

Intrigado, o irlandês perquire:

― Algo errado, senhor?

Sem ao menos mudar o tom de voz, 

mas segurando com firmeza 

o cabo da espada embainhada 

responde sereno e sombrio:

― Não. Apenas um assunto inacabado, 

que irei encerrar definitivamente.

Sangre embarca em um dos botes 

e retorna a ilha.

Por razões de proximidade 

foi decidido que a carga 

seria alijada na praia mais próxima 

e não em Porto dos Cadáveres 

(o que tornaria muito 

mais lenta a descarga). 

Em terra Olavídez coordenava 

a operação toda, orientando 

onde descarregar provisões, 

munições...

Ao ver Sangre desembarcar, 

Ramirez vai até ele.

― Os marujos estão 

dando tudo de si, senhor. 

Acredito que terminaremos 

até mesmo antes do previsto.

― Excelente. Mas fiquem atentos 

a qualquer movimentação suspeita.

― Sempre estamos capitão. 

Por quê? Algo no ar?

― E não são mosquitos, marujo, 

não são mosquitos... – fala de modo 

enigmático enquanto se afasta 

em direção à mata. 

Ao vê-lo tomar aquela direção, 

Ramirez fica intrigado 

e grita indagando:

― Quer levar alguns homens 

para acompanhá-lo, capitão?

A resposta é imediata, 

sem ao menos virar-se 

ou mitigar o passo:

― Não é necessário. Voltarei logo.

Pouco depois somente 

as pegadas na areia 

demonstram a passagem 

do capitão por ali. 

Mas na mente de seu fiel bucaneiro, 

aquela situação toda tinha 

algo de insólito. 

Não era do feitio de Sangre 

embrenhar-se assim 

sem levar consigo uma escolta. 

Vai até Olavídez e divide com ele 

suas preocupações.

Sangre volta a ilha...

...enquanto seus marujos continuam
a árdua tarefa de alijar o navio.

Em terra, Olavídez...

...coordena o desembarque.

Ignorando seus homens, Sangre caminha
a passos largos rumo a escuridão da mata.