PIRATAS!!! - Cap. 332

Nesse momento Mèrton 

repara que a mata em derredor 

estava silenciosa demais...

― Tem alguma coisa errada...

Apoiando-se na amurada 

de estibordo (no que restara dela) 

ele olha para baixo e vê algo.

E sai gritando feito um louco:

― Parem o navio! Parem o navio! 

Parem o navio!!!!

Drake consegue ouvi-lo 

apesar da desordem reinante 

no convés e ordena que a nau 

cesse qualquer movimento.

― O que houve homem?

― Vão até a amurada 

e vejam por si mesmos.

O oficialato atende ao pedido dele 

e o que vêem é deveras preocupante: 

vários barris amarrados entre si 

por cordas, cobertos de algas 

de modo a parecerem inócuos 

montes de plantas aquáticas.

― O que raios são essas coisas? 

– indaga Drake e a resposta 

de Sarresian não o tranqüiliza:

― Já vi piratas franceses 

usarem essa tática, 

mas nunca tantos assim!

John Crow o questiona:

― Quantos tu vistes?

― Contei duas vezes 

os dedos de minhas mãos!

Aislyin surge com um 

ácido comentário 

na ponta da língua:

­― Ô ignorante! Vinte! 

Vinte deles?

Ainda assustado Mèrton responde:

― Isso. Mas além da proa 

podem haver outros a nossa volta.

Subitamente o silêncio sepulcral 

é estilhaçado:

― Se sabem o que é melhor para vós, 

sugiro que dêem a volta 

e retornem por aonde vieram!

Berra a voz ameaçadora 

que ecoa vinda de algum 

lugar ignoto na floresta 

em volta.

― Tem idéia de 

com está falando? 

Somos a Marinha 

do Império Britânico! 

Quem pensa que é 

para nos dar ordens?

Responde o capitão 

em igual tom de voz.

― Sei bem quem tu és Drake, 

corsário da rainha! 

Pois pegue tua carta de corso 

enfie bem fundo 

em teu rabo britânico 

e volte à barra da saia de Elizabeth. 

Com um pouco de sorte 

ela talvez ti deixe 

dar uma mamada naquelas 

tetas murchas!

Drake chega a ficar 

arroxeado de tanta raiva.

Não admite que o desacatem 

ou (pior ainda!) 

ofendam sua nobre soberana!

Tanto que o desafio brota 

de seus lábios sem pensar:

― Ou o quê?

O navio inglês adentra o canal
que conduz a Porto dos Cadáveres...

...mas uma surpresa desagradável interromperá o percurso.

Sarresian avista em meio as plantas aquáticas...

...vários barris de aspecto extremamente suspeito...

...e então, da floresta em derredor,
uma voz ameaçadora se faz ouvir...

...e o que ela diz turva a mente de Drake
de tanto ódio...

...desacatando-o e fazendo
referências pouco elogiosas
acerca de sua Carta de Corso
e certos orifícios de seu corpo...

...e (injúria das injúrias!) pior ainda:
ofendendo à sua amada soberana
a Rainha Elizabeth I!!!!