PIRATAS!!! - Cap. 344

― Claro que sei! 

Que tipo de pirata eu seria 

se não o soubesse?

― Do tipo que lacera 

uma vela inteira de alto abaixo 

para salvar a própria pele.

Estevãn fica quieto 

como um rato morto.

― Bem, tenho novidades para ti: 

Sangre, atendendo a um apelo 

feito por mim, demonstrou 

ser mais piedoso do que mereces 

e entregou teu destino 

em minhas mãos.

― Muito piedoso... – murmura Estevãn 

de cabeça baixa.

― Irás me ajudar 

a recompor estas velas, 

porém não como eram 

originalmente, mas 

seguindo um projeto 

feito por mim.

E o conduz até um barril 

sobre o qual repousa 

um papel recém-rabiscado. 

À luz do lampião, 

o Onça quase nada consegue entender 

daquelas linhas, curvas e números. 

O pouco que apreende 

é tão somente o que parece ser 

a imagem de um 

navio entre as nuvens...

E isso o preocupou.

― Isto é ideia tua?

― Na verdade não, 

mas de um sábio florentino 

que morreu muitos anos atrás...

― Bom. E o que devo 

fazer exatamente? 

Não entendo muito bem 

essas garatujas...

― Garatujas? - Pierre sente 

o sangue ferver diante 

daquele comentário cretino, 

mas contém-se, afinal a pele dele 

também estava em jogo 

e não era conveniente 

deixar transparecer ao Onça 

que dependia dele...

― Não. No momento irás costurar 

TODA a vela que fizestes 

o favor de rasgar! 

E ao trabalho marujo, 

não temos a noite toda!

Sem muito que argumentar 

o Onça dá de ombros 

e encara sua nova tarefa 

(e a osfalgia decorrente).

Nesse meio tempo, 

Sangre nota uma 

pequena e bruxuleante 

luz na encosta da 

Montanha do Crânio.

― Plunkett!

Lépido, o contramestre 

atende ao chamado.

― Aqui capitão.

O projeto de Pierre deixou o Onça temeroso...

...mas que outra opção ele tinha
além de ajudar aquele maluco?

Enquanto isso, sob a pálida luz da lua,
Sangre vê algo...

...uma luz fugidia na encosta da
Montanha do Crânio...