Google+ Reflexões cósmicas... | A Pirâmide de Kukúlkan

O último reduto onde os Asseclas do CONCLAVE encontram-se...

Reflexões cósmicas...

Hoje um parente (primo) meu morreu.
Até aí nada de mais, morre gente todo o dia...
Durante o velório – ao qual tive de comparecer por força de “cerimonial social” – pude observar alguns detalhes que me chamaram a atenção: não foi o caixão, as flores ou todo o aparato usual às exéquias, não, nada disso! Tudo isso é muito comum e com certeza todos (ou quase todos) já tiveram a oportunidade de presenciar, senão in loco, ao menos televisivamente...
Não, o que me chamou a atenção, de fato, foram duas situações:
A primeira: o aspecto de susto/inconformidade/surpresa de todos os presentes, como se ninguém em toda a História houvesse falecido antes; como se fosse a primeira vez que qualquer um deles viu um defunto!
E não falo da tristeza, da dor e da perda; isso tudo é compreensível, afinal é uma ausência em caráter permanente; estou me referindo ao fato de cada um achar um absurdo que “fulano” morresse...
Aí entra minha primeira indagação: POR QUE?
Um colega de trabalho meu levantou uma hipótese que vem bem a calhar, porém, creio, não explica de todo a questão: “ninguém acredita que vai acontecer com os seus”.
É verdade: assalto, seqüestro relâmpago, roubo de carro, queda de avião, acidente de trânsito, bala perdida, dependência química, queda da escada, doença indiagnosticável/intratável/incurável, incêndio, inundação, terremoto, vulcanismo, tsunami, abdução (!?)... Tudo isso acontece na TV, no cinema, nos jornais, nas revistas (nos meios de comunicação de masssa, enfim), ou seja, com os OUTROS! Nunca com a gente!
Tipo:
— A gente não vai morrer (afinal, é só não pensar no assunto para que ele não venha acoantecer, não é mesmo?)!
— A gente não adoece (afinal, eu me cuido!)!
— Só é assaltado quem anda distraído pela rua comendo mosca (eu não, eu sou ligado!)...
— Essas tragédias não acontecem aqui (afinal, Deus é brasileiro!)...
— E bala perdida só pega maloqueiro que mora nessas favelas cheias de marginais e drogados (e eu sou gente de bem, não me meto nessas “boca-brabas”)!
— Só gente fraca da idéia se torna viciado (eu só fumo um baseadinho uma vez ou outra pra relaxar e lá de vez em quando dou um teco numa festa...)!
Resumindo: todo mundo é bom! O gozado é que todo mundo tb. morre...
Tem algo falho nesse raciocínio... Hummm, o que será?
Já sei! É porque NÃO HÁ RACIOCÍNIO!!!!
Ninguém pensa nada!
Ninguém raciocina p... nenhuma!
As pessoas são – em sua esmagadora maioria – TOTALMENTE INCONSCIENTES!!!!!
É cultural e não adianta querer mudar isso!
Então, quando ocorre algo que as tira desse alienante torpor elas reagem como alguém recém-desperto de um pesadelo: em pânico, não entendem o que está ocorrendo e sequer imaginam porque aquilo está acontecendo (com ela ou com seus entes queridos).
Indagam-se acerca dos “desígnios divinos”, fazem mil e uma elucubrações mentais, falsificações retrospectivas (modificação inconsciente de acontecimentos passados de modo que se tornem adequados anecessidades emocionais do momento), criam centenas de justificativas e explicações para tentar trazer de volta aquela “paz alienante” de antes, dizem umas às outras e a si mesmas que “tudo vai ficar bem”, muito embora saibam no fundo de suas almas que isso é uma MENTIRA!!!
Nada vai ficar bem NUNCA!
A vida dá e a vida tira! PONTO.
Sem explicações, sem motivos, subterfúgios, motivações “espirituais” ou “evolucionárias”.
As pessoas vivem em permanente estado de auto-ilusão, acreditando que “nada de mal vai me acontecer”, creêm em uma falsa sensação de segurança. E se há algo que realmente não existe é “segurança”, eis um dos muitos conceitos ilusórios sobre os quais é firmemente (!?) calcada a nossa sociedade. Tudo na mídia e no modus vivendi social a nossa volta afirma: “não se preocupe, você irá viver para sempre e será eternamente jovem!”...
Não há nada no MUNDO REAL que corrobore tal afirmação.
Não se iluda: todos nós iremos morrer.
É fato. PONTO.
Alguém tinha que falar isso, lamentavelmente calhou que fosse eu...
Fazer o que...
Levando em consideração que quem ler isso consiga refletir ainda que por um instante fugaz (escapando, mesmo que momentaneamente, de seu alienante torpor) levanto uma questão pertinente:
Se a vida é tão curta, imprevisível, inconstante, insegura e NADA é perene; tem sentido perder tempo com ilusões inúteis que nos impedem de aproveitá-la ao máximo? Se formos conscientes de que IREMOS MORRER MESMO NÃO IMPORTA O QUE FAÇAMOS, vale a pena inssistir em uma atitude burra e teimosa que não leva a nada?
De que servem crenças, ideologias, religiões, sistemas políticos, leis, regras e normas, se no final tudo será apenas “letra morta?”
Bem, antes que alguém me acuse de querer jogar o mundo na anarquia total e entregar a civilização humana ao caos, digo que apesar de saber que iremos todos morrer, sei também que NÃO MORREREMOS TODOS JUNTOS! Logo, para que todos tenham a chance de desfrutar a Vida em toda a sua plenitude, é essencial que a sociedade organizada exista, isso significa: leis, regras, normas, sistemas políticos, etc, etc, etc...
Ou como esperar viver uma vida confortável sem ter os meios de produzir o conforto? Como haveria produção de qualquer coisa que fosse não houvesse nosso mundinho estruturado-se da maneira como se estruturou?
Quer liberdade de comunicação? Use um celular! Acha caro? Não falar é mais barato...
Quer liberdade de ir e vir? Compre um carro! Acha caro? Vá a pé, sai mais em conta...
E a linha segue por aí... Todo conforto tem seu preço e não poder pagar por ele também...
Do mesmo modo não aceitar a efemeridade da vida é uma ilusão que tem um alto custo emocional, porém se aceitarmos sua brevidade como um fato, o preço a pagar será muito menor.
Aceitarmos que simplesmente quando se morre acaba tudo e ponto final.
Não importa se você estuprou 375 criancinhas de cinco anos, retalhou os corpos e enterrou no quintal da vovó ou se dedicou toda sua existência a tratar da saúde de povo etíope, morrendo na pobreza, porém amparando cada ser humano que pode até o último suspiro de sua vida!
Nada disso importa.
Quando morrer acabou.
Não há nada! Nem céu, Inferno, Samsara, Paraíso das Eternas Virgens, Purgatório, Limbo ou 666 níveis do Abismo!
Nada!
Morreu acabou.
É como... dormir. Só que sem sonhos ou pesadelos (isso temos bastante em vida).
Vida e Morte são AMORAIS.
A Vida e a Morte não são criaturas humanas.
Não são sequer entidades.
No máximo conceitos e ainda assim conceitos humanos, ou seja, inventados pela raça humana em sua eterna arrogância de crer-se o ápice da Evolução, “criados á imagem de Deus” (sempre imaginei que aparência teria Deus se fôssemos criaturas de duas cabeças...)...
Não importa o que qualquer um diga, pense, sinta, fale ou faça a esse respeito: NADA IRÁ NADA MUDAR NUNCA!!!
As coisas são como elas são e não como nós queiramos que elas sejam. PONTO.
Aliás, acredito que o principal problema é que a nossa espécie (por se achar o máximo...) crê que TUDO deve ter um sentido ou um grande significado cósmico final...
Só que não há!
A Vida simplesmente NÃO TEM SENTIDO! E PONTO FINAL!
E não adianta inssitir no contrário, a vida simplesmente é assim e nada e nm ninguém vai mudar isso.
Deve-s simplesmente aceitar.
Ninguém que morreu voltou para dizer como foi a experiência do outro lado! E não me venham com papos espíritas, reencarnatórios e evolucionistas que só engole esse tipo de argumentação quem QUER ACREDITAR NISSO.
Aliás, poucas palavras foram tão deturpadas ao longo civilização humana como “Evolução”. Seu verdadeiro significado é o de um processo que determina o surgimento de novos elementos mais complexos e diferenciados, como resultado de adaptações e modificações contínuas e progressivas de elementos anteriores, mais simples visando sobreviver em um determinado meio. Em nenhum momento isso leva a “bondade” ou “bem maior” (conceitos totalmente humanos), aliás, muito pelo contrário, a evolução leva a sobrevivência do mais forte e/ou apto e/ou inteligente. Na maioria das vezes isso não tem coisa alguma a ver com bons sentimentos... (outro conceito humano beeeeeem passional).
Então por que raios o ser humano insiste em acreditar em tanta balela?
Preguiça mental, doutrinação religios ou cultural, sociedade...
Resumindo: vence a maioria, se muitos crêem em algo, aquilo é dado como certo.
Já dizia o sábio Nélson Rodrigues:
“Toda a unanimidade é burra...”
É por essas e outras que prefiro ser uma ovelha negra em vez de mais um carneirinho branquinho nesse rebanho tosco!
Bom, como disse no início, duas coisas que me chamaram atenção no velório.
A segunda foi uma criança (uma menina de 3 ou 4 anos, ±, sei lá!) que sozinha sem instrução de adulto algum, aproximou-se do caixão, apoiou a mão na borda do mesmo e fitou o morto. Não havia medo, nojo, tristeza, raiva ou que quer que fosse nos olhos daquela infante. Talvez, no máximo, curiosidade. Ela ficou uns bons minutos contemplando o cadáver e depois simplesmente afastou-se como quem cansa de olhar uma vitrine.
Aquela criança teve uma reação PURA, INSTINTIVA E PRIMORDIAL perante um ser humano morto.
Lastimavelmente ninguém além de mim percebeu o fato, o que só fez aumentar meu desprezo por nossa espécie, obtusa e encimesmada.
Definitivamente, nós merecemos a Extinção!
Não apenas por tudo o que fizemos a este orbe, mas por nossas atitudes para com nós mesmos.
Por muito; menos os dinossauros SUMIRAM da superfície do planeta (e ainda assim viveram aqui 150x mais tempo do que nós já estamos)...
Em suma, feliz nessa estória toda foi o defunto, que não teve de contemplar o circo armado em seu derredor! Um circo onde o astro principal não podia sequer cumprimentar a platéia sob o risco de esvaziar todos os bancos sob a lona... Um circo repleto de palhaços amargos divertindo uns aos outros com suas piadas sem graça e caretas tristes. Um melancólico circo de dor e horror.
E para “mal dos pecados”, o presunto era colorado...
O corpo coberto com a bandeira do Internacional...
E naquela mesma noite, o time perdeu...
2 x 0
E quando eu digo que não há esperança...
Sidinei Lander da Silva Pereira: Mestre de RPG, aprendiz de escritor, leitor voraz, quadrinista fanático, cinéfilo compulsivo, agnóstico independente, livre-pensador, fã incondicional de O Senhor dos Anéis (livro e filme), música para mim é Clássica, Jazz, Blues, Rock'n Roll e Metal! E tenho dois gatos... Quer saber mais sobre mim? Veja meu perfil no Google Plus!

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