Quando percebeu a aproximação
dos dois vasos de guerra em sua direção,
Drake gelou! Mas o que difere um rufião
qualquer de um homem como o
capitão Francis Drake é a capacidade
de vencer o próprio medo e
transformá-lo no impulso de
seu contra-ataque! E foi o que fez:
tão logo a primeira saraivada
partiu dos canhões rumo ao navio
de Sangre, ordenou ao imediato:
— Moreia! Diga aos homens que mirem
a bombordo e a boreste!
— Mas, senhor, Sangre irá nos partir
em dois se não revidarmos!
— Acha que não sei, homem? Todavia,
se não assim o fizermos, seremos
destroçados por aqueles tiburónes!
E aponta para o Lealdad e La Fúria Española!
Neste momento Moreia vê a aproximação
das duas naus e percebe algo mais...
— Capitão, assim o faremos, mas
deixe-me usar o canhão de proa!
— O que pretendes?
— Sangre nos alvejou com uma bala
recheada de pólvora, se houver outras
próximas ao canhão de proa dele...
Um sorriso de gentil esperança
ilumina a face do velho inglês...
— Sede rápido, Moreia, se ele
perceber nosso intento...
— Sim, capitão!
Moreia esgueira-se até o canhão de proa
(quase metade do tamanho daquele
no Demônio Maia), carrega-o e com o
máximo de cuidado ajusta a mira,
algo difícil quando parte do convés
a sua volta pega fogo e o velame
chove em franjas incandescentes
na própria cabeça!
E para piorar o mar estava indócil,
encapelado como uma noiva
abandonada no altar!
O suor escorria na fronte do imediato,
ele sabia que se errasse o tiro
não teria outra oportunidade e
aquela maldita farpa no ombro
ardia igual ao fogo do Inferno!
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