― Entendo. Todavia, não tema, mulher.
Sangre late, mas não morde.
É
menos que um cão.
Porém, alguém maior lhe garante poder
e esta é tua missão:
descobrir quem
ou o que lhe dá sustentação.
Só então poderás destruí-lo para
mim.
― Sim, Senhor das Marés!
― E para que não te esqueças
a quem deves obediência...
Com estas palavras o portentoso
ser divino
reduziu-se a uma
fração de seu poder e
assumindo o aspecto humano
emergiu das
águas
empunhando seu tridente.
A bela negra não ousou
erguer os olhos a sua
divindade,
o nume, todavia,
segurou seu pulso esquerdo
e a fez levantar-se.
Incapaz de atrever-se a sustentar
o olhar da deidade,
mantém a cabeça baixa.
Porém, o poderoso Deus dos Mares
gentilmente soergueu lhe
o queixo entre os
dedos
e ali, onde a terra, o céu
e o oceano se encontram,
sob o esplendor do
amanhecer
e as derradeiras estrelas por testemunha,
realizou o desejo máximo
de
qualquer mulher:
ser possuída por um deus!
Já era passada quase
metade da
manhã quando,
depois de muito sacrifício,
o quarteto, escoltado pelos Kolyforns
que os encontraram,
finalmente avista a entrada da aldeia.
Enquanto vencem as últimas
jardas
que os separam de seu refúgio (?)
os espanhóis confabulam:
― Estive pensando:
que fim terá levado Olavídez?
Desde o naufrágio não
mais o vimos...
Lembra o Aranha-Do-Mar.
Ao que Chuk-Chuk,
pensando
um pouco responde.
― É vero. Também não o encontrei na aldeia,
creio que não teve a mesma
sorte que nós...
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Poseidon odeia Sangre, todavia intui que... |
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...por trás dele há um poder maior, capaz de desafiar os Deuses Antigos! |
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Para garantir a lealdade de sua serva, o Deus dos Mares, usando uma ínfima fração de seu vastíssimo poder... |
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...toma a forma de um homem... |
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...e sob as últimas estrelas da madrugada... |
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...ele possui sua serva... |
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...até o amanhecer!!! |