Google+ agosto 2009 | A Pirâmide de Kukúlkan

O último reduto onde os Asseclas do CONCLAVE encontram-se...

PIRATAS!!! - Cap. 133

Evidentemente quando
seus companheiros de bordo
souberam de sua dispensa médica
vieram ter com ele.
Ninguém engolia aquela história.
Afinal, já cansaram de pegá-lo
invadindo a despensa do navio,
flagrando-o com um pernil em uma mão 
uma garrafa de rum na outra!
Deparam-se com o sacripanta
sentado a sombra de um coqueiro,
ao lado de uma pilha de cocos,
sorvendo calmamente um deles
como se estivesse de férias,
bem longe do trabalho...
― Mal de Angola, é seu salafrário?
Chega berrando Ramirez, o imediato.
― É tô prejudicado...
Responde fazendo voz fraca de doente.
― Prejudicado tu vai ficar se eu entregar
essa tua falcatrua pro capitão!!!
Exclama aplicando-lhe um tapa na cabeça do
pseudo-doente. Estevãn arregala os olhos.
― Pense um pouco: o que tu achas que
Sangre dirá dessa brincadeira?
Questiona-o o Aranha-do-Mar.
― Vai se admirar de minha inteligência?
Tenta remediar com humor sua
insustentável situação...
― Acho mais provável que ele
ti amarre a um cabo, te jogue ao mar e
faça com que tu arrastes
o Demônio Maia daqui até Cádiz!!!!
Opina Cervantes.
― Não creio, penso que o atará à âncora
e o usará de isca afim de fisgar cachalotes...
Arrisca Chuk-Chuk.
― Duvido! Em minha opinião vai costurar
teu corpo ao cordame das velas e...
Ia sugerindo Olavídez quando o “enfermo”
o interrompe sutilmente apavorado:
― Será que algum de vocês poderia
pensar em uma alternativa que
não implique em me amarrar ou
prender-me a alguma coisa horrível?
― Não.  – foi a resposta em uníssono.

Imagens piratas... - 132









PIRATAS!!! - Cap. 132

― O que? De novo? Da última vez mal
escapamos com vida! O que se passa
naquela cabeça endemoniada?  
Espanta-se o Enforcado.
O marujo Ass-Whale se arrepia todo e
suas palavras atestam o medo em sua voz:
― Sentiram isso? Esse vento gelado?
― Sim! Como se uma alma penada
caminhasse sobre nossos túmulos!
Sugestiona El Bruxo em voz sinistra.
Os piratas se benzem, alguns agarram
firmemente seus crucifixos, outros
balbuciam toscamente uma prece e
há aqueles que preferem pensar
num modo de escapar daquela
viagem sem volta.
Porém, deserção não era uma opção,
sendo castigada na goela do tubarão!
Mas o velho Bertolluci era esperto demais
para virar isca de peixe.
Não!
Ele com certeza haveria de engenhar
alguma ideia mirabolante
para evadir-se sem riscos.
Não tardou a aparecer perante
o senhor Pau-de-Rum, o médico de bordo,
com as gengivas exangues!
― Mal de Angola.  – foi o diagnóstico.
― Recomendo que fique em terra e
tome muita infusão de cedro!
Nesse estado não será de grande valia
a bordo. Comunicarei o imediato.
Vistes outros com os mesmos sintomas?
O Onça apenas balança a cabeça
negativamente. Era a imagem de
um homem acabado!
A saúde arruinada.
Fraco como um gato!
E fingido como uma serpente!
Seu ardil obtivera sucesso:
emplastara as gengivas com
sangue de porco e fazendo cara
de coitado engabelou o médico
já meio bêbado...

Imagens piratas... - 131












PIRATAS!!! - Cap. 131

― Mas isso despertará uma
fúria terrível no flibusteiro!
Balbucia o apavorado oficial!
― Exato! Presa de sua ira partirá
descuidadamente ao combate e
estaremos esperando por ele!
― Um plano arriscado, capitão! Arriscado,
porém, ousado! Se obtivermos sucesso
os ingleses não ousarão aproximarem-se
novamente de nós!
Assente sem muita convicção
o general Ibargüen.
O que capitão pirata e seus aliados
não sabiam, é que o velho Onça estava
ali o tempo todo, dormindo atrás da mesa
abraçado a uma garrafa de rum.
E com os berros de Sangre
acordara, terminando por ouvir o
final da conversa. Após os três saírem
da cabina ele ergue-se cambaleante e
tentando focar o olhar perscruta os mapas,
encontrando um rotograma.
Nele a chancela do pirata Morgan.
Estevãn engole em seco.
Sabe muito bem que nada neste
ou em qualquer outro mundo
é capaz de deter Sangre.
Memoriza a imagem do mapa
o máximo que o rum permite.
Ele nem imagina,
mas tal ato será sua hamartia...
Em seguida sai disfarçadamente
da cabina do capitão que 
a essa altura instruía 
ao contramestre e ao imediato.
Quando a tripulação do Demônio Maia
fica sabendo a rota que iriam tomar
prepara-se para o pior...
― Ouvi dizer que o capitão está
querendo nos enfiar no
maldito Triangle du Diable!
Fofoca feito uma comadre o marinheiro
que ostenta a alcunha de Isca-de-Tubarão.

Imagens piratas... - 130













PIRATAS!!! - Cap. 130

Ramón sua frio e balbucia:
― Isso... Isso é traição! Atente a
vossas palavras, Capitão Sangre!
“― Atente às minhas pala...” - Sangre
não consegue completar a frase,
pois uma gargalhada incontida
brota de sua garganta.
Transtornado berra
às fuças de Ferrández!
O resfolegar arfante,
os olhos injetados de ódio e
as mãos crispadas
enquanto golpeia a mesa
com ambos os punhos fechados
denunciam a seriedade e
a convicção de suas palavras!
― Traição? Traição perpetrei eu
ao permitir que um almofadinha real
pusesse arreios e cabrestos em mim e
me usasse como seu cavalo-de-guerra!
Só tenho uma pátria: o mar;
obedeço apenas uma única lei:
o vento que infla minhas velas e
meu verdadeiro tesouro é a liberdade!
Pode molhar a pena em vosso sangue e
escrever no peito do próprio Demônio:
quando completar minha missão,
pois o farei com absoluta certeza,
porque minha palavra é uma só;
nenhum soberano deste mundo
estará a salvo de minha ira!
NENHUM ENTENDEU: NENHUM!!!
E sacando sua espada,
encosta-lhe o acúleo à garganta
de Ramón que sente as calças
umedecerem até a bainha...
A cena faz Gelmires sentir
os pés gelarem.
Um suor frio e viscoso
desce a nuca de Ferrández...
Ibargüen desconversa:
― Exponha vosso plano, capitão.
Sangre se recompõe, guarda o sabre
e explana, tolhendo a forte emoção
que ameaça dominá-lo:
― Descobri recentemente o esconderijo
de Morgan, como ele deve estar em curso
atrás de nossa preciosa carga seu reduto
estará às moscas! Cortaremos caminho
através do Triangle du Diable cujas
correntes marinhas conheço muito bem.
Em menos de uma semana deitaremos ferros
às costas da ilha. Pilharemos tudo
o que houver lá: ouro, provisões, munições
e o que mais nos for útil!
Depois atearemos fogo ao resto! 

Imagens piratas... - 129












PIRATAS!!! - Cap. 129

Nesse ínterim Sangre discutia seu nefasto
plano de ação com os dois oficiais dos navios
que restaram de sua escolta:
Capitão Gelmires Rodríguez Guerra
Ibargüen, da nau La Fúria Española e
o General Ramón Torres Boil & Ferrández, 
comandante da belonave Dominacion
― Apesar de podermos efetuar aqui
os consertos necessários, a viagem
até a Espanha será longa e terão tempo
de se reagruparem, se formos atacados
novamente estaremos em menor numero
e a situação pode se complicar...
― O que sugere capitão?
Indaga-lhe Gelmires temeroso pela resposta.
― Atacaremos primeiro é claro!
Responde enfaticamente cravando o
punhal no mapa sobre a mesa!
Ibargüen engole em seco e balbucia:
― Como é que é? Mal nos aguentamos
em pé e quer partir para o
confronto direto com os britânicos?
Em nome de Nosso Senhor,
enlouqueceste homem?
A expressão no rosto furibundo
de Sangre deixa claro:
ele não admite ser questionado!
Se possível fosse assassinaria o
General Gelmires apenas com o olhar!
― Loucura? Dir-vos-ei o que é
loucura: é estarmos aqui a milhares
de milhas de lugar nenhum
fazendo sacrifícios monumentais
para levarmos uma pilha de ouro
a um homem que sequer lembrara
que existimos após entregarmos-lhe
esta preciosa carga! Ouro este que ele
usará para construir e armar mais navios, 
comandados por homens como nós
que se matarão uns aos outros
para aquele mesmo homem obter
domínios sobre terras que jamais
irá conhecer! Sim, pois prefere passar
a vida no luxo e suntuosidade
de seu palácio ou entre as
pernas de lúbricas cortesãs
que ele irá agraciar presenteando
com as jóias que ora transportamos
para ele! Diga-me agora, homem:
qual é a loucura maior?

Imagens piratas... - 128














PIRATAS!!! - Cap. 128

Enfim, depois deste curto flash-back
(de fugazes quinze capítulos) em que
descerramos o véu inefável do tempo
que há muito encobria certos fatos assaz
desagradáveis, retornamos à época
em que Sangre encontra-se encurralado
como um rato no porão
de um navio afundando...
E do mesmo modo que o roedor,
o capitão reagirá agressivamente
perante um destino mortífero que
tentará sobrepujar de todas as maneiras!
De TODAS AS MANEIRAS POSSÍVEIS,
se é que me entendem...
Nesse meio tempo Drake se aproxima
trôpego, porém, decidido e vingativo.
Quanto a Narval e sua dileta amante,
Lady Catheryn, os planos destes incluem
carneá-lo como a uma baleia e
lavar o convés com seu sangue...

CONTINUAÇÃO DO CAPÍTULO 112.



Uma longa e penosa jornada aguardava
 o Golden Hind. Drake sabia que
sua nau avariada como estava
não poderia ir muito longe,
ainda mais seguindo Sangre!
Colocou cada homem disponível
nos reparos que fossem possíveis
e vagarosamente o falcão
novamente alçou vôo. 
Trabalhando dia e noite,
improvisando como dava,
costurando as próprias vestes as velas
de modo a remendá-las,
usando a madeira das cabinas,
mesas ou o que tivessem a mão
para os consertos!
Vedavam os buracos com estopa e alcatrão!
E na falta das balas de canhão,
todo e qualquer metal era
candidato a munição!

Enquanto isso o Demônio Maia e
os dois navios de escolta que restaram 
contavam com um generoso 
vento de popa.
Em poucos dias chegariam
a seu destino, nesse meio tempo
Sangre procedeu como Drake e
também colocou a tripulação
nos consertos do navio.
Para sorte de Sangre, seu velame não fora
tão danificado, porém, a navegabilidade
estava comprometida por danos
a estrutura do leme, obrigando o capitão
ao uso de outros recursos na condução
de sua nau. Nada impossível
a um homem criativo e cheio de recursos:
baixou todos os escaleres,
amarrou-os a proa, estibordo e bombordo
e pôs os marujos nos remos.
Conforme a necessidade de
correção da rota, sinalizava a eles
que guiassem a nau a custo de
hercúleo esforço de seus
braços viris e musculosos!
Presenciando as dificuldades
que o Demônio Maia tinha
em seu deslocamento,
o capitão do galeão
Dominacion propôs-lhe:
― Talvez possamos rebocar
vosso navio, capitão Sangre...
― Arrastar o Demônio Maia como
um aleijado qualquer? Nunca
enquanto eu comandar esta nau!
Meu navio mover-se-á nas asas do vento,
pela força do mar
ou o pelo braço de meus homens!!!!
Ao leme ele pode rojar,
mas jamais, em tempo algum,
meu navio há de rojar-se!
Se revezando em turnos os piratas
levaram o Demônio Maia
a seu porto seguro!
A chegada la isla nunca fora
tão comemorada!
Os piratas puderam finalmente
descansar um pouco enquanto
a equipe de terra realizava os reparos
nos galeões e os abastecia.